Depois de confundir o mundo com a alta definição (HD, trueHD, fullHD ou o quê? :-P), a indústria do cinema está tendendo às telas 3D como uma mariposa se achega a uma labareda. Até agora, a maioria das tentativas resulta em duas soluções: uma que faz as cores da imagem subirem no telhado e outra que usa óculos grandes, caros e pesados. Ambas, é claro, podem provocar náusea. Bom saber que a Apple já garantiu uma patente que, pelo menos na computação doméstica, vai evitar estes dois cenários.
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No que chamou de “hiper realidade”, quando começou a flertar com este método em 1995, a empresa de Cupertino descreve uma forma de ajustar elementos tridimensionais na tela de acordo com a posição relativa do usuário. Para detectar onde a pessoa se encontra em relação ao computador são levantadas diversas possibilidades: desde uma câmera comum a detetores de campo eletromagnético.
No final das contas, os elementos da GUI aparentarão estar dentro de uma janela (coff!) dotada de profundidade e se moverão de acordo com o comportamento natural da perspectiva, sendo desnecessário o comando de arrastar um objeto para que ele gire no espaço tridimensional virtual.
Para fazer a coisa ser mais realista ainda, a Apple propôs que os elementos da interface reagissem a informações ambientais como luz e objetos do cenário. Como assim? Um elemento simulando plástico refletiria a luz de forma natural, enquanto uma superfície brilhante ou cromada permitiria ao usuário distinguir reflexos de si e de objetos a seu redor. Na prática, isso quer dizer que você vai poder se ver no Cover Flow do iTunes. 😉
Problemas nesta implementação? Eu vejo um (ou ele me vê, não sei): o que o Big Brother diria de um computador que fica filmando você enquanto usa seu computador? Espero que esse recurso possa ser desligado facilmente ou que se restrinja a determinados programas. Mais ainda: o poder de processamento necessário e o fato de ter uma câmera ligada o tempo todo deverão manter este recurso limitado aos desktops por um bom tempo.
Alguns podem argumentar que este método não é 3D “de verdade”, mas eu acredito que já seja o bastante para enganar o sistema nervoso de qualquer pessoa. Para ratificar isto, deixo-vos com uma demonstração deste tipo de “hiper-realidade”, produzida por Johnny Lee há um tempo com um Nintendo Wii: ela deve ser convincente o bastante para crermos que este é um método muito mais amigável que telas piscando super rápido ou óculos de plástico colorido. E dificilmente haverá disputa judicial, pois o método de Lee usa princípios distintos dos escolhidos pela Maçã — pelo menos é como interpreto as tecnologias — para chegar ao mesmo resultado final.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Jd3-eiid-Uw[/youtube]Porém… ehr… Alguns japoneses já usam _exatamente_ essa tecnologia descrita pela Apple para olhar debaixo das saias de garotas em jogos, então, talvez… 法務部門のコール!
[via MacRumors]