Assim como outros gadgets que existem atualmente na linha de produtos da Apple, o iPad atende a uma série de requisitos em favor ao desenvolvimento sustentável do planeta, usando materiais recicláveis livres de toxinas, e por aí vai. No entanto, nada disso aparenta estar agradando o grupo ativista Greenpeace, que teceu críticas indiretas ao dispositivo por favorecer um aumento no consumo de energia elétrica do planeta.
A Greenpeace não atacou a Apple de forma direta devido ao seu processo de construção ou uso, mas, por ter sido introduzido no mercado como uma nova categoria de dispositivo móvel, o iPad teoricamente motivará usuários de laptops e smartphones a carregar mais um aparelho nas suas tarefas diárias. Consequentemente, isso fará com que o consumo médio de energia de cada um deles aumente consideravelmente.
Além disso, ele também motivará as pessoas a recorrer bastante à internet para obtenção de conteúdo, representando um crescimento no uso de sistemas de telecomunicações e data centers — que são os alvos do último estudo do grupo ativista.
Em 2020, esses sistemas atingirão a marca de 1.963 bilhões de kilowatts-hora consumidos durante o período de um ano, algo preocupante para uma grande parcela do mundo que é dependente de fontes de energia consideradas “sujas” e “perigosas” ao ser humano — uma forma indireta para referir-se às usinas termelétricas e nucleares. Para ajudar ainda mais nas críticas do Greenpeace, o Facebook anunciou que construirá um data center para sua rede social no estado norte-americano do Oregon, dependendo de uma empresa de geração de energia baseada em usinas nucleares.
Entretanto, se deixarmos os fatores ligados a backends de sites e infraestruturas de rede de lado, o iPad pode até ser um gadget “verde”, mas só até antes da hora de plugá-lo na tomada. Não estou fazendo uma crítica, mas sim me referindo a uma curiosidade — que não foi citada pelo Greenpeace, é bom lembrar. Apesar de o seu hardware ser bastante eficiente no consumo de energia e ficar ligado por um mês se ninguém encostar a mão, a simples tarefa de ligar o display já reduz essa eficiência para apenas dez horas.
Isso acontece porque a sua tela usa iluminação traseira de LEDs e tecnologia IPS para manter a qualidade de cor em um ângulo de até 178º, recursos que exigem alto fornecimento de luz aos pixels dela e, consequentemente, usam muita energia. É claro que essa qualidade de imagem é “necessária” para um produto da sua natureza, mas ela manda a real eficiência energética do iPad para o saco.
Bom, não se trata de algo capaz de reproduzir um ataque sério à natureza, mas sem dúvida a Apple deveria prestar atenção na evolução de outras tecnologias de displays no futuro. Isso não apenas tornaria o consumo de energia da tablet mais eficiente para o bem do planeta (ao menos para aqueles que pensam sério sobre isso…), mas também proporcionaria o uso do dispositivo por mais tempo sem plugá-lo a uma tomada — mesmo ninguém queira ler por dez horas, né Steve Jobs? 😉
[via Electornista]