Para a maioria de nós, meros mortais, uma senha única (com alto grau de complexidade) combinada a uma autenticação de dois fatores sólida já é bem suficiente para nos proteger da maioria dos ataques e invasões online.
Isso não vale para todos, entretanto: pessoas públicas — especialmente de algumas áreas, como influenciadores, jornalistas, ativistas, políticos e funcionários de governos — podem ser alvos de ataques muito mais sofisticados e, por isso, requerem medidas de proteção também mais robustas, como a Apple sabe muito bem. Pois o Facebook Protect chegará ao Brasil (e a mais 50 países, incluindo Portugal) até o fim do ano justamente com esse propósito.
O programa, que foi testado inicialmente em 2018 e efetivado nos Estados Unidos durante as eleições presidenciais de 2020, tem como objetivo proteger pessoas e grupos no centro do debate público, especialmente durante períodos eleitorais ou de ameaças aos direitos humanos. Resumindo, o Facebook quer evitar novas acusações de interferir em eleições e permitir a influência de resultados, e o Facebook Protect é mais um passo nessa caminhada.
Vale notar que a funcionalidade não é opcional nem pode ser acessada por qualquer conta: a plataforma determina perfis e páginas com mais suscetibilidade de sofrerem ataques, e essas contas precisam aderir ao Facebook Protect dentro de um período para continuar operando. Do outro lado, não há um processo para “se candidatar” ao programa — a seleção ocorre apenas do lado da empresa.
Uma vez dentro do Facebook Protect, a conta terá um processo facilitado para aderir à autenticação dos dois fatores, e as pessoas que publicam naquela conta precisam ter um perfil com identidade própria, real. Segundo a Meta, empresa-mãe do Facebook, mais de 1,5 milhão de contas já estão usando os recursos de proteção.
Fica a torcida, portanto, para que a iniciativa dê certo por aqui — especialmente com as nossas eleições de 2022 vindo a galope e prometendo mais um cenário, digamos, insalubre.