Ter uma avaliação negativa na Consumer Reports é um pesadelo para qualquer fabricante, e hoje a Apple acordou no meio desse inferno. Como não podia deixar de ser, o mercado financeiro seguiu as notícias recentes e afetou o desempenho da Maçã na Bolsa de Valores.
Shaw Wu, analista da Kaufman Bros., divulgou hoje uma nota aos investidores alertando que, apesar de a demanda por iPhones 4 ainda ser alta, a crescente atenção em torno do problema que a antena do smartphone experimenta poderá se tornar uma preocupação.
“Até agora, checando o comércio e a indústria, não percebemos nenhuma mudança nos planos de montagem ou padrões de demanda, logo não mudaremos nossas estimativas de 7,5 milhões de iPhones vendidos neste trimestre e 40 milhões até o fim de 2010”, disse Wu. Entretanto, ele complementou com a seguinte ressalva: “Se essa questão da antena virar um caso maior, porá em risco nossas estimativas e o consenso em torno do iPhone 4.”
Wu sugere que a Apple forneça Bumpers gratuitamente para os consumidores afetados, algo que, segundo rumores, já foi proibido entre os atendentes do AppleCare, apesar de já ter sido executado com pelo menos uma pequena empresa que adquiriu alguns aparelhos.
Gene Munster, por sua vez, emitiu uma nota tranquilizando investidores acerca do caso: uma solução potencial para o problema deverá afetar os lucros operacionais em 1% apenas. “Em último caso, acreditamos que esse olho roxo de RP afete a curto prazo o potencial positivo das nossas estimativas para o iPhone”, disse Munster. Apesar da tração que o assunto ganhou na mídia, o analista crê que apenas 25% dos usuários sejam afetados de fato pelo problema, tendo em vista que os demais usam cases protetoras — e o palpite para o erro no design é justamente o uso de cases para mascarar os protótipos.
Munster acredita, inclusive, que é mais fácil a Apple não fazer nada a respeito do caso, dada a fração do total de usuários enfrentando o problema, do que recorrer a uma medida ampla como um recall. Para ele, o caso da antena chegou a um “ponto de ebulição”, mas a previsão de bons trimestres, portanto, continua.
Mark Moskowitz, analista da JP Morgan, ratifica a opinião de Wu: “Preocupações com a recepção de sinal do iPhone 4 não parecem afetar a demanda, mas achamos que há riscos quando uma agência de avaliação de produtos como a CR publica um relatório desfavorável.” Para Moskovitz, continua a esperança de que a Apple libere uma solução para o problema, “seja ela relacionada a software ou hardware”.
E, com a propagação do problema na mídia “leiga” (acima você vê uma reportagem da MSNBC com a participação de MG Siegler, do TechCrunch), o mercado já começou a responder apropriadamente. A NASDAQ:AAPL abriu o dia com uma queda significante e opera atualmente a US$249,82, uma queda de 2,9% em relação à cotação de ontem.