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Pesquisadores comparam a Apple com uma religião [atualizado]

Bizarro, um artigo publicado hoje pelo FOXNews.com: “Pesquisadores afirmam que, para os seguidores da Apple, tudo é uma questão de fé”, diz o título, e o texto segue mostrando que a razão por trás do sucesso da gigante de Cupertino não é matéria de, bem, razão.

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Contudo, depois de dar uma lida no resumo do trabalho em que esse post se baseou, comecei a me perguntar se a intenção dos pesquisadores não seria tratar de linguagem: “Como o iPhone se Tornou Divino: Novas Mídias, Religião e a Circulação Intertextual do Significado” é o título da pesquisa.

Desconfio seriamente de que alguém andou distorcendo a realidade, e desta vez não foi Steve Jobs: desenterrar uma declaração feita pelo Papa em 2006 (mais uma piadinha do Gizmodo em resposta) e fazer uma comparação entre a trajetória da Apple e a vida de Jesus são pequenos indícios de que algo não está certo no tal texto. :-/

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Para entender melhor a paixão que tanta gente tem pela Apple, não é preciso insinuar que os fãs dela são doidos varridos que não sabem onde começa a alma e termina o alumínio. Basta ter consciência de que nem todo mundo quer listas imensas de funções mal cozidas ou acesso ao código-fonte de aplicativos: para a maioria das pessoas, basta algo que “apenas funcione” — de preferência sem precisar de um gerenciador de tarefas ou de uma stylus.

[via TechCrunch]

Atualização

Pesquisado um pouco mais a fundo o trabalho da Dra. Heidi A. Campbell (e liberando o cyberstalker que há em mim), cheguei ao blog dela, onde encontrei os parágrafos citados abaixo. No primeiro, ela menciona um artigo do Atlantic que trata com um pouco mais de profundidade o tema “Apple & Religião” e, no segundo, a Dra. Campbell fala um pouco mais de seu último trabalho.

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Eu sou citada no artigo para destacar a ideia de que a Apple funciona como um culto de marca similar a uma religião, o que gera comportamentos e sentimentos típicos de religão nos Mac Fans, construindo confiança nos e devoção aos produtos mesmo em face de críticas.

[…] [Em “Como o iPhone se Tornou Divino”] consideramos por que e como metáforas e linguagem religiosa se ligam à tecnologia (especificamente ao iPhone) para demonstrar que há uma longa tradição de igualar tecnologia a religião/mágica/espiritualidade e como a religiosidade pode se tornar uma moldura única e flexível, além de um discurso interpretativo relacionado aos produtos tecnológicos na cultura popular norte-americana.

Conclusão: a pesquisadora partilha do ponto de vista exposto pela FOXNews, mas esse trabalho dela especificamente não aborda diretamente as afirmações publicadas, por isso minha descrença inicial. Além disso, vale a pena aprofundar-se dando uma olhada num dos trabalhos em que a Dra. Campbell se baseou, escrito por Russel Belk: “O Culto do Macintosh” (dica: familiarizar-se um pouco com a teoria do Monomito ajuda a entender o foco do trabalho).

Tendo esclarecido isso, eu pergunto: você já orou pro seu Mac hoje? 😛

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