Matt Burns, do CrunchGear, tem uma teoria interessante para explicar a intrigante ausência de competição no mercado de tablets. Para Burns, o iPad simplesmente matou esse segmento nos Estados Unidos, tornando impossível qualquer tipo de concorrência.
“O que vamos fazer hoje, iPad?”
“O que fazemos todo dia, iPod: TENTAR DOMINAR O MUNDO!”
De fato, é estranho: a Microsoft sempre se vangloriou de ter inventado os PCs conversíveis (você vira a tela, pega uma stylus e BOOM!, não tem passo 3!), mas até agora só fez promessas. As empresas asiáticas estão lançando tablets com Android apenas no Oriente — e, ainda assim, os produtos sempre parecem cópias baratas do iPad, nada é realmente inovador. Quando uma aparece nos EUA, ela não tem acesso ao Android Market (pois o Android é “aberto”, mas os apps do Google não são). O Dell Streak, com uma tela de 5 polegadas, parece uma piada de mal gosto (quem é o “iPodão”, mesmo?). A única que parece oferecer algo para bater de frente com a Apple é a “HPalm”, talvez com o PalmPad, antigo HP Slate — ainda assim, promessas.
Enquanto muita gente pode querer comemorar essa “vitória” da Maçã, a situação é preocupante. Sem concorrentes, o mercado de tablets não vai pra frente, ponto final. Como podemos esperar que a Apple inove e mantenha os preços dentro de um limite razoável, se simplesmente não existem outros produtos? Por que você acha que a tablet da Maçã não tem câmera frontal? Se eu quiser comprar uma tablet hoje, que outra opção vou ter, além do iPad?
Não é culpa apenas da Apple: há três anos o iPod touch é o melhor computador de bolso que existe (pra quem não quer um telefone celular; pra quem quer, tem sempre o iPhone) e a concorrência simplesmente decidiu deixar pra lá. É como se o segmento não valesse a pena, danem-se os consumidores. Pode ser que a mesma coisa esteja acontecendo com o iPad, e isso reflete mais que um futuro no qual a Apple será uma monopolista: isso mostra o quanto as outras empresas estão desorientadas e em estado de choque.