O melhor pedaço da Maçã.

Inspiradora história de uma engenheira cega ilustra o quadro de inclusão dentro da Apple

Nosso século não tem sido tão bonzinho conosco quando se trata de motivação. Tantas palavras de ódio sendo disseminadas pela internet que nós estranhamos quando alguém vem com palavras boas e de incentivo.

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Incentivo é tudo. Não é tão fácil como se pensa não se importar com o que dizem, mas se desde criança uma pessoa ouvir que ela é capaz de fazer qualquer coisa, a confiança dela não vai ser tão facilmente abalada — mesmo quando haters da vida aparecerem. Quando o obstáculo a ser ultrapassado afeta os sentidos, parece que já existe um discurso de “coitadinho” que se opõe diretamente ao de “você consegue”. E se existe algo que não faltou na vida da engenheira Jordyn Castor, foi incentivo. Sua história de superação foi compartilhada com o Mashable em uma linda entrevista a fim de nos trazer um pouco mais de motivação.

Jordyn Castor, engenheira cega da Apple

Logo no início da sua vida, Castor já precisou enfrentar os próprios médicos que fizeram seu parto. Segundo eles, ela não sobreviveria pois havia nascido prematura (15 semanas antes do previsto), pesando menos de um quilo — mal cabia na palma da mão do seu avô. Sua primeira vitória!

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Castor é cega desde o nascimento, mas isso não foi motivo para que as pessoas duvidassem da sua capacidade. Pelo contrário, seus pais sempre a encorajavam a enfrentar qualquer dificuldade. Com a tecnologia não podia ser diferente: ela usava tanto o computador que tinha em casa quanto o da escola. Os adultos ao seu redor sempre a pediam para ensiná-los como algum gadget funcionava e ela o fazia. Ao ser presenteada com seu primeiro iPad, aos 17 anos, ela disse que era algo que nunca havia experimentado antes pois era acessível sem precisar de muito esforço. Isso foi o que ela contou aos representantes da Apple quando eles foram a uma feira na Universidade de Michigan, onde ela estudava. Apesar dos receios, ela se candidatou a um estágio na empresa e — adivinhem? — conseguiu entrar. Hoje, aos 22 anos, Castor foi efetivada e trabalha como engenheira em tempo integral ajudando a melhorar o VoiceOver.

A preocupação da Apple com acessibilidade é algo admirável — como já comentamos aqui no MacMagazine — e isso vai dos softwares que a empresa faz aos empregados que ela contrata. Iniciativas como o VoiceOver precisam constantemente de melhorias e feedbacks — o que acaba sendo uma vantagem enorme ter trabalhadores como Castor, que desenvolvem e já testam tudo na hora. Uma das suas grandes contribuições está sendo com o novo aplicativo Swift Playgrounds. Faz um tempo que ela está recebendo diversas mensagens sobre programação para crianças cegas e, agora, finalmente pôde contribuir com isso em uma combinação do Playgrounds com o VoiceOver.

Eu recebia constantemente mensagens pelo Facebook de pais de crianças cegas dizendo “Meu filho quer muito aprender programação. Você sabe de alguma maneira para fazer isso?” Agora que o Playgrounds foi lançado, eu posso dizer “Claro, claro que eles podem começar a programar.”

YouTube video

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Jordyn Castor falando da sua experiência enquanto estagiava em uma empresa em Nova York.

A gerente sênior de políticas e iniciativas globais de acessibilidade da Apple, Sarah Herrlinger, fez questão de lembrar que uma grande parte do que a empresa conseguiu em acessibilidade foi por fazer os recursos inclusivos virem por padrão.

Estes recursos vêm em seu aparelho independentemente se você é alguém que precisa deles. Por eles virem de fábrica, todos são gratuitos. Historicamente, pessoas cegas ou com baixa visão sempre precisavam comprar acessórios adicionais ou fazer algo a mais para que possam utilizar a tecnologia.

Herrlinger cita outra inovação incrível da empresa, a habilidade de cegos saberem a hora pelo Apple Watch simplesmente por vibrações — não precisando do VoiceOver toda vez que quiserem apenas consultar a hora rapidamente. Os esforços da Maçã têm sido reconhecidos diversas vezes. E foi novamente, no dia 4 de julho, quando a empresa recebeu o prêmio Robert S. Bray do American Council of the Blind por reconhecimento a uma dedicação contínua de inovação focada em inclusão de pessoas cegas.

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A matéria alcançou o CEO da Apple, que compartilhou na rede social do passarinho.

Orgulhoso de nossa talentosa equipe por oferecer #acessibilidade para todos os usuários.

A incrível entrevista de Castor terminou com ela dizendo que trabalhar com o Playgrounds tem sido uma experiência fortalecedora. E ela deixou uma mensagem para quem tem necessidades especiais como ela: “Cegueira não lhe define, é uma parte de quem você é como pessoa. É como uma característica, mas não define quem você é ou o que você pode fazer na vida.” 💪

[via MacRumors]

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