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A revolução não será televisionada

Imagino que muitos já conheçam o poema (e música) The Revolution Will Not Be Televised — em português, “A revolução não será televisionada”. As palavras de Gil Scott-Heron sempre são trazidas quando o assunto é o futuro da televisão, com aquela famosa discussão sobre a substituição dos meios.

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iTunes Store

Antes, era a televisão matando o rádio; hoje, é a Internet matando a TV. Tem gente indo além e acusando o Twitter de substituir o email… Até a própria internet já corre perigo? ;-P

Eu, particularmente, acredito na soma das mídias, e não na eliminação delas. As pessoas continuam ouvindo rádio e lendo jornais ou livros impressos. O que muda nesses casos é a proporção, já que novas mídias aparecem e ocupam seu espaço com uma nova proposta.

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No entanto, mesmo seguindo esse pensamento, tem um lado que não podemos deixar de analisar: assim como as gravadoras precisam se encaixar nos moldes digitais, a televisão também está caminhando com passos de tartaruga para tirar melhor proveito dessas mudanças.

Lembram do iPlayer, da BBC? Ashley Highfield, o responsável por esse projeto e atual diretor executivo da Microsoft no Reino Unido, acredita que as grandes emissoras de televisão têm de dois a três anos para essa adaptação.

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De acordo com o The Guardian, Highfield definiu essa fase como o “Momento do iTunes”, afirmando que o maior desafio é levar as marcas de peso para as mídias digitais; afinal, os anunciantes _ainda_ estão acostumados com as formas tradicionais de propaganda. Não é tão simples explicar para as grandes companhias que os espectadores podem assistir a um programa sem intervalos comerciais. Somando isso à “cabeça dura” de muitos executivos, quais os primeiros passos desse processo?

Como integrar a programação com o mundo digital? Qual a melhor forma de patrocinar um programa de TV? Como trabalhar com redes sociais? Como ter retorno sem invadir o conteúdo ou atrapalhar a experiência do usuário? Hoje, já podemos comprar as séries mais famosas pela iTunes Store, mas a maior parte dos programas, mesmo dos canais norte-americanos, ainda não está disponível por lá.

Se um quarto das músicas compradas nos Estados Unidos são da iTunes Store, será que nessa previsão de dois anos a loja da Apple também crescerá dessa forma? Eu ia adorar chegar em casa e ter uma Apple TV com todos os programas que eu curto, de Lost a Oprah! Hehehe… Uma mistura de Apple TV com TiVo, que tal?

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E não adianta ver o iTunes — ou mesmo o YouTube e os sites de torrents — como os grandes vilões da história. É uma tendência que nem mesmo grandes indústrias (como a fonográfica) e os veículos de comunicação podem impedir.

Precisa mesmo que um alto executivo faça essa previsão para todos tomarem consciência da situação? Para finalizar, Ashley concluiu o que todos nós sabemos: o conteúdo não é feito só para os aparelhos de televisão, ele também será visto em iPods, telas grandes, telas pequenas, telas de todos os tipos. Ir contra essas mudanças só leva a uma coisa: pirataria.

Não achei que as declarações do executivo da Microsoft foram um ataque contra a Apple, mas sim um alerta de que está na hora de correr para não ficar para trás!

Quando a televisão vai realmente se encaixar nos moldes digitais? Falando no Brasil então, isso é ainda mais evidente. Se em terras gringas as coisas estão em passos de tartaruga, aqui estamos praticamente parados.

[Via: 9 to 5 Mac.]

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