Não preciso lembrar a ninguém que sou Applemaníaco e viciado em meus iPhones e iPads, não é? Não desgrudo deles por nada, mas na última quinta-feira fui “obrigado” a abandonar todos os meus iGadgets para usar por um dia inteiro outro dispositivo.
Tinha algumas reuniões marcadas em Belo Horizonte (MG) e substituí meu MacBook e iPhone pelo tão falado Samsung Galaxy Tab, que utiliza o versão 2.2 do Android como sistema operacional.
Começando o dia
O primeiro desafio do dia foi “trazer de volta” o meu chip de internet 3G ao tamanho normal, já que o Galaxy Tab utiliza um SIM comum, diferentemente do iPhone e do iPad. Logo que finalizei a “gambiarra”, a tablet pegou sinal e, rapidamente, já acertou as configurações de internet sem ajustes manuais.
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Depois disso, abri o programa de email para configurar minha conta no Google Apps e não poderia ser diferente: o sincronismo ficou perfeito! A experiência de usar os serviços do Google é infinitamente melhor na tablet da Samsung do que no iPad, já que é algo integrado nativamente ao Android. Em pouco tempo, já estava com meu email funcionando, contatos sincronizados e a agenda de compromissos completa.
Tudo pronto para embarcar? Acho que não… Antes disso tive que popular o gadget com os aplicativos que utilizo normalmente, e mais uma vez ele recebeu um ponto positivo. Eu cheguei a usar por um tempo um Nexus One e, graças ao sistema over-the-air, alguns softwares que eu utilizava vieram automaticamente para o Galaxy Tab, acompanhados das configurações que tinha feito anteriormente. Bem que Apple poderia copiar isso rápido, hehe.
Passadas as primeiras boas impressões, senti um pouco de dificuldade em me adaptar à tela de 7 polegadas do Galaxy Tab, pois ela não torna o gadget portátil o suficiente para caber em um bolso e não é grande suficiente para ser levada em uma mochila. Considerando que homens normalmente não usam bolsa (risos), é um tanto incômodo ter que carregá-lo na mão o tempo todo (ou, para deixá-las livres, embaixo do braço igual a um vendedor de Bíblia, hehe), o que o torna bem mais exposto a sujeira do que o iPad.
Outra coisa que me incomodou é o fato de a capa dele abrir para o lado contrário ao que estamos acostumados, parecendo sempre que estou abrindo a tablet de trás para frente.
Com relação à interface, não foi preciso muito para notar que a Samsung leva um baile da Apple. Infelizmente, essa versão do Android não foi desenvolvida para rodar em tablets e, com isso, muitas vezes você tem a impressão de que está utilizando um smartphone gigante — seria esse o “Androidão”? Esse problema deverá ser resolvido no próximo update, que terá uma versão específica para o novo tipo de aparelho.
Avançando nas considerações gerais, outra função que inicialmente achei desnecessária foi a possibilidade de efetuar e receber ligações e enviar SMSs através do Galaxy Tab. Após alguns minutos fui convencido do contrário, pois, se eu tivesse essa função no meu iPad, talvez até deixasse o meu iPhone em casa em determinadas ocasiões.
A seguir, estão mais algumas características específicas do Galaxy Tab:
Tela
Realmente não consegui me adaptar à sua tela de 7 polegadas. Mesmo com uma boa resolução, os textos não ficam nítidos, dificultando a leitura. Consequentemente, me vi forçado a utilizar o recuso de zoom na maioria deles.
GPS
Nesse ponto é a Apple quem leva um baile! O sistema nativo de navegação dele é excelente. O Google Navigator dispensa apresentações, vem integrado ao aparelho e é gratuito — porém, não funciona em todas as cidades, é bom lembrar. Mas no iPad e no iPhone não tem jeito: você é obrigado a comprar um app de terceiros para ter um GPS curva-a-curva.
Desempenho
Achei que o Galaxy Tab tem uma ótima velocidade no processamento e resposta da tela, porém fiquei na mão quando a bateria acabou antes de voltar para São Paulo. Admito que utilizei o produto intensamente como GPS e também para fazer algumas anotações, mas mesmo assim achei que a bateria durou pouco em relação à do iPad.
Navegador
Sei que neste ponto serei muito criticado por alguns, mas ter o Flash Player no navegador é bem legal. Infelizmente a maior parte dos sites ainda o utiliza, total ou parcialmente. As peças baseadas em Flash não ficaram lentas em nenhum momento e não tive nenhum problema com memória, sanando outra dúvida forte que eu tinha.
Teclado (sistema de digitação)
Também gostei dele! O teclado do Galaxy Tab tem uma tecnologia chamada “Swype”, com a qual você simplesmente desliza o seu dedo sobre as letras (sem tirar da tela) e ele utiliza o dicionário para montar a palavra automaticamente. Com esse recurso a digitação fica super-rápida e agradável na posição vertical. Para a posição horizontal prefiro a digitação normal, pois as teclas ficam distantes umas das outras.
TV
É um recurso legal, mas fiquei decepcionado com a qualidade da imagem, além do fato de ter que puxar a antena para que pegue sinal — sim, no estilo daqueles celulares genéricos fabricados na China. Mas dá para assistir muito bem à televisão em formato digital ou analógico, se não se importar com qualidade.
Câmera
A câmera é um recurso bem legal e que realmente faz falta no iPad. Ela faz filmagens em HD (com resolução 720p) e serve para tirar fotos, com um sensor de 3,2 megapixels e flash. Para finalizar, temos ainda uma câmera frontal de 1,3 megapixel para videoconferência, porém só consegui usá-la pelo Tango, um aplicativo de terceiros semelhante ao Skype para vídeo-chamada entre diferentes plataformas.
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Espero que vocês tenham gostado. Eu realmente achei interessante experimentar uma nova tablet. Acho que teremos ótimas novidades dos dois lados e estou louco para testá-las no futuro. 🙂