Vivemos um momento em que todo mundo (bom, ao menos quem possui bom senso :-P) se preocupa com sua privacidade ao navegar pela web ou usar softwares em computadores e handsets, mas a forma como a publicidade funciona em sites e blogs ainda compromete essa necessidade de anonimato. Mesmo quando você não quer que os outros saibam do seu histórico de navegação e uso de serviços online, anúncios de toda natureza utilizam cookies e várias tecnologias de rastreamento para coletar seus dados na internet e em apps.
Isso virou uma preocupação conhecida entre empresas de tecnologia, principalmente após uma firma de publicidade chamada Flurry Analytics anunciar que a Apple estaria usando novos produtos para testar apps com suas soluções para anunciantes. Depois disso, o assunto ganhou força no contexto da web propriamente dita, quando a Federal Trade Comission (FTC) dos Estados Unidos propôs um mecanismo para desligar, com o mínimo de esforço possível, qualquer interação entre um navegador (a principal ponte para anúncios online) e os servidores de empresas de publicidade.
A proposta para isso foi divulgada no final do ano passado e ganhou o apoio inicial da Microsoft, que anseia (e está conseguindo) fazer um produto mais adequado para navegação online com o Internet Explorer 9. Agora em janeiro é a vez de as duas maiores desenvolvedoras de navegadores de código aberto abraçarem as sugestões do governo norte-americano e começarem a se preparar para a possibilidade de usuários se desligarem da pletora de anúncios online definitivamente.
O Google aliou-se a outras 14 grandes empresas de publicidade e decidiu publicar online uma extensão para o Chrome destinada a usuários que optem por não serem rastreados por anúncios (ela pode ser baixada aqui), mas está envolvido em outras soluções para que seu navegador e plugins como o Flash Player possam ignorar cookies sem a intervenção dos usuários. Já a Mozilla está com planos de integrar ao Firefox um bloqueador de cookies publicitários que funcione de forma universal, sem a necessidade de configuração ou acordos com empresas que poderiam se recusar a abrir mão dos dados de usuários.
Ambos os projetos deverão ser oferecidos em comunidades de código aberto para outros browsers, mas isso não impedirá que os anúncios continuem a ser vistos online — nem afetará a lucratividade de anunciantes. A única coisa influenciada por essa iniciativa são as definições demográficas de como os anúncios são vistos na internet, o que costuma ser usado pela mídia como fonte de pesquisas de mercado.