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As duas faces da iBookstore; senador americano está preocupado com os novos mapas 3D de Google e Apple

iBooks no iPad

Conforme já informamos, o Departamento de Justiça (Department of Justice, ou DoJ) dos Estados Unidos está processando a Apple acusando-a de, junto às cinco maiores editoras americanas, fixar preços de ebooks. A Maçã se defende, afirmando que ela não influencia o preço final dos livros, já que as editoras são livres para tomar essa decisão por conta própria, e que sua entrada neste mercado foi positiva, já que quebrou o monopólio da Amazon.com.

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iBooks no iPad

Segundo um artigo do The New Yorker [fechado para assinantes], a Apple de fato acabou com o monopólio da gigante do comércio eletrônico — antes, a Amazon tinha 99% do mercado; agora, após a chegada da iBookstore, ela tem 60%. Boa notícia, certo? Bem, depende do ponto de vista.

Com medo de ficar na mão da Amazon — consequentemente perder dinheiro —, as editoras embarcaram no projeto da Apple. Só que, por incrível que pareça, mesmo “escolhendo” os preços na iBookstore, na maioria dos casos elas conseguiram lucrar mais via Amazon do que via Apple — em alguns, a diferença chegou a US$100 milhões. Isso porque muitas vezes a Amazon paga mais para a editora do que o preço final do produto (exemplo: ela paga US$15 para as editoras, mas vende o ebook por US$10 na Kindle Store).

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Para nós, clientes, ficar na mão de uma única empresa é sempre ruim, por isso a chegada da iBookstore sem dúvida foi positiva. Contudo, se o DoJ conseguir comprovar a fixação de preços da Apple, é possível que o antigo cenário volte, no qual a Amazon reina. E aí, para ela simplesmente decidir que vai pagar menos para as editoras, é um pulo — acontecendo isso, a crise no mercado se instala de vez.

Já que estamos falando de governo, vale comentar também a preocupação do senador americano Charles Schumer. Para ele, as soluções de mapas oferecidas tanto pelo Google quanto pela Apple — imagens em 3D, de alta qualidade — poderão ser utilizadas para invadir a privacidade alheia ou até mesmo para terrorismo. Por isso, ele enviou uma carta endereçada aos CEOs de ambas as empresas:

Mapas no iOS 6

Caros Apple e Google,

Escrevo hoje sobre as recentes revelações de que suas empresas estão utilizando equipamentos de fotografia de alta sensibilidade para tirar fotos de cidades e vilas em todo o país para seus respectivos produtos de mapeamento. Essas divulgações são potencialmente perturbadoras, e solicito que a privacidade e a segurança dos americanos sejam a principal prioridade de vocês enquanto implantam novas capacidades de mapeamento e imagens.

Tem sido relatado que algumas dessas câmeras sensíveis podem tirar fotografias de objetos de até quatro polegadas [dez centímetros] de largura. Temo que essa clareza possa permitir que seus programas de mapeamento tirem fotos detalhadas de pessoas em locais íntimos, como ao redor de uma piscina ou no quintal de alguém. As pessoas em Long Island ou em Buffalo têm uma expectativa razoável de privacidade quando decidem fazer um churrasco em seu deck, e preferem ter a opção de decidir se devem ou não ser fotografados em suas propriedades. Eles não deveriam temer que seus aviões sobrevoem suas cabeças, tirando fotos detalhadas de seus eventos privados.

Fotografias detalhadas também podem fornecer a criminosos e terroristas vistas detalhadas de serviços públicos. Nos atuais mapas online, muitas linhas de energia, subestações de energia e pontos de acesso de reservatórios são visíveis apenas em baixas resoluções. No entanto, se as imagens altamente detalhadas estiverem disponíveis, criminosos poderão criar mapas técnicos mais completos de redes de água e energia dos Estados Unidos. Com a grande quantidade de infraestrutura em todo o país, seria impossível garantir a segurança de cada local.

Portanto, peço que seus programas de mapeamento incluam três pontos de privacidade e segurança:

  1. Forneça notificações às comunidades a respeito de quando você planeja realizar o mapeamento.
  2. Borre automaticamente as fotos de pessoas que são capturadas e dê aos proprietários o direito de optar por não ter sua casa mapeada.
  3. Coloque protocolos em vigor de acordo com leis e municípios, assegurando que os detalhes de infraestruturas sensíveis estejam borradas em mapas publicados.

Espero que vocês estejam dispostos a trabalhar com meu escritório em cima destas questões importantes, garantindo a segurança e privacidade de todos os americanos.

Paranoico ou precavido? Particularmente, eu fico com a segunda opção. 😉

[via Cult of Mac, AppleInsider]

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