O melhor pedaço da Maçã.

Por dentro do megalomaníaco plano da Apple para as árvores do seu novo campus

Já falamos de centro de visitantes, mesas, rusgas com o prefeito e quase todos os aspectos da gloriosa “espaçonave” que será o novo campus da Apple em Cupertino. Quando achamos que todos os assuntos relacionados à obra já foram explorados à exaustão, tcha-ram! Aqui vai mais um: árvores.

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Render do campus/espaçonave da Apple

Uma reportagem do VentureBeat traz um olhar interessantíssimo e intrigante sobre os planos da Maçã em relação aos espécimes vegetais que habitarão sua nova sede, e, para variar, eles não são nada usuais ou simples. Só pra se ter uma ideia, a colossal quantidade de 4.600 árvores *grandes* de um cluster1Terreno utilizado para plantio de árvores que serão vendidas e replantadas depois em outro local. numa cidade próxima serão transportadas depois para Cupertino, no máximo três(!) por vez.

Agora, pegue a representação quantitativa imaginária do trabalho que isso vai dar e multiplique por 1.000, e você terá uma ideia das reais (e hercúleas) implicações que esta estratégia representa.

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Não é de hoje que sabemos a intencionalidade da Apple de fazer do seu novo campus uma verdadeira floresta. Em 2011, na apresentação da proposta de planos para a “espaçonave” à Câmara Municipal de Cupertino, Steve Jobs — em uma das suas últimas aparições públicas — declarou que pretendia transformar os 20% de área verde do terreno em 80% quando as construções estivessem finalizadas. As 3.616 árvores existentes se transformarão em mais de 8.000 quando da inauguração do espaço — muito mais que as 4.422 exigidas pelas regras de planejamento urbano municipal.

O plano monumental da Apple cobre três partes: a primeira é salvar mais de 800 árvores pré-existentes no terreno — as mais saudáveis e bonitas — e replantá-las em caixas gigantescas nos clusters enquanto a construção prossegue. O trabalho para mover estas árvores, algumas delas enormes, é gigantesco e só pode ser realizado com guindastes e martelos pneumáticos. A segunda parte do plano é plantar, no próprio terreno, quase 1.000 árvores pequenas e médias.

A terceira, e mais importante, envolve mais de 4.640 árvores que estão em diferentes estágios de crescimento nos clusters e serão transportadas para Cupertino no momento certo. Muitas destas árvores já estão deveras grandinhas — muito maiores que o tamanho mínimo requerido para transporte — e só poderão ser transportadas até o destino final três por vez em carretas que deverão desviar de obstáculos urbanos como postes e fios de energia.

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Se tudo isso parece uma quantidade absurda de energia dispendida sem necessidade, pense de novo: o motivo por trás de todo o trabalho é a vontade da Apple de já inaugurar seu novo campus com uma paisagem estabelecida, em vez de abri-lo ainda com as árvores brotando no chão — o que significaria ao menos dez anos de um terreno plano e sem graça. Também há vantagens econômicas para a Maçã: a presença maciça de árvores grandes desde o primeiro dia ameniza a necessidade de sistemas de ar-condicionado e aquecimento, pela sua capacidade natural de controle térmico.

A outra vantagem, claro, será o ambiente arborizado e agradabilíssimo proporcionado pela Apple aos seus empregados (e visitantes), o que potencialmente os inspirará a criar ainda mais produtos de sucesso para engordar ainda mais os seus cofres. Assim esperamos, não?

[via The Loop]

Notas de rodapé

  • 1
    Terreno utilizado para plantio de árvores que serão vendidas e replantadas depois em outro local.

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