Antennagate. Glassgate. Whitegate. Alarmgate. Locationgate. Thicknessgate. Tudo o que a Apple faz que acaba dando errado é motivo para um pequeno (ou grande) escândalo, com direito a manchetes bombásticas, teorias da conspiração na Gawker e o uso do sufixo -gate (que vem lá do caso Watergate, que derrubou o presidente Richard Nixon, nos Estados Unidos).
Por outro lado, essas histórias eventualmente acabam servindo para aprendermos alguma coisa nova em meio às discussões, e se tem uma coisa que a Locationgate pode nos ensinar é como diabos um iGadget consegue saber onde está. Sério, a precisão (ou falta dela) chega a ser assustadora, às vezes.
O processo é altamente complexo e cheio de passos intransponíveis, mas funciona como mágica e Glenn Fleishman, da Macworld, mostra o que há por trás dos bastidores, explicando todo o processo. É engraçado que, quase literalmente, o método usado move céus e terra.
Para resumir a história, se um iPhone contasse apenas com dados de GPS, cada vez que você quisesse saber onde fazer uma curva seria preciso esperar 12 minutos e meio. Satélites são lerdos assim. Felizmente o iPhone usa A-GPS, ou GPS assistido, em que o trabalho pesado do posicionamento usa as torres de telefonia celular: como a posição espacial delas é determinada com precisão e conhecida, elas acabam funcionando como satélites de GPS na terra, cujas informações podem ser usadas em cálculos de trilateração.
Mas, para tudo ser mais eficiente ainda, a Apple temperou tudo com informações de bases Wi-Fi — e é aí onde entra a fonte de todo o Locationgate. Houve um tempo em que era preciso um carro sair registrando dados de roteadores em zonas urbanas (na verdade, o Google ainda faz isso…), mas a Apple usa os iGadgets para fazer tal coleta de forma anônima.
O resto, como dizem… é história.
[via Daring Fireball]