Por fora, parece uma rede de varejo. Por dentro, lembra uma instituição militar. Pelo menos é o que dão a entender diversos documentos internos das Apple Retail Stores conseguidos pelo Wall Street Journal. As informações trazidas por eles são basicamente o que pode se esperar de uma empresa linha dura, mas em alguns casos chegam a impressionar pela rigidez.
Pelo seu histórico de desobediência em Hogwarts, esse aí não duraria um mês na vaga…
Por exemplo, um Genius é proibido de dizer “infelizmente”, quando não pode resolver o problema de um cliente: a expressão a ser usada é “as it turns out” (algo que eu traduziria como “parece que”). Outra proibição é corrigir pessoas que pronunciam nomes de produtos da Apple da forma errada, para elas não se sentirem inferiorizadas — acho que eu teria sérios problemas em seguir essa regra…
Em termos de pagamentos, os salários-hora variam de US$9 a US$15 entre vendedores, chegando ao máximo de US$30 no Genius Bar, sendo raras as oportunidades para pessoal do varejo conseguir galgar cargos executivos. Aliás, quem está começando nas lojas é orientado a passar semanas como sombra de um funcionário mais experiente e é proibido de se dirigir a clientes até serem devidamente treinados. Ah, claro, há muitas aulas e sessões de treino! Apesar disso tudo, candidatos a vagas não parecem faltar.
Tudo isso seria cuidadosamente observado por Steve Jobs, que opina em diversos fatores, desde escolhendo os cabos de segurança que prendem produtos às mesas até revisando, mesmo no hospital, na época do seu transplante de fígado, as plantas de lojas vindouras (uma deverá ser construída na Suécia, por falar nisso). Isso sem falar nos arbustos em volta das lojas…
A vinda dessas informações à tona agora é bastante curiosa, dado o anúncio da saída de Ron Johnson, homem por trás do nascimento da rede de varejo da Maçã. Pelo visto, o manual de instruções de como tocar as Retail Stores já está escrito e deverá ser seguido à risca por quem o suceder.
[via AppleInsider]