As palavras do dia são “shipped” e “sold”, que podem ser traduzidas de forma precisa como “despachado” e “vendido”, mas que são intercambiáveis, dependendo do contexto. No caso do iPad, como tudo o que vai pras lojas acaba indo pras mãos de consumidores, a diferença não é grande. Produtos que acumulam poeira nas prateleiras da vida, porém, podem livrar muito a cara se falarem apenas de “shipped” e rezarem para ninguém perguntar “Mas quantas unidades foram, de fato, vendidas?”
Vide o mercado de tablets: números da Strategy Analytics indicam que o market share do iPad caiu de 94,3% há um ano para 61,3% no segundo trimestre de 2011, enquanto tablets com Android agora teriam 30,3% de participação. Uma tablet com Android para cada dois iPads? Soa bizarro, o tipo de coisa que nem o próprio Google confirmaria.
Santa contradição, Batman! Não foi hoje mesmo que vimos a Good Technology falando da dominância do iPad? Mas calma: note que a Strategy Analytics trata de “shipments”, ou seja, “carregamentos”, e não “sales”, “vendas”. “Sell-in”, de vendas para estabelecimentos comerciais, e não “sell-through”, de vendas para consumidores finais.
Daí fica fácil de entender: esses números são o que chega às lojas, não o que sai delas. Muito conveniente para empresas que fabricam aos montes e não vendem nada, né? #AssimAtéEu
😛
Oh, quase esqueci de mencionar: o Windows 7 estava instalado em apenas 4,6% das tablets postas à vendas, enquanto o QNX (BlackBerry PlayBook), em apenas 3,3%. SU-CES-SO!
[via Daring Fireball]