Seamus Blackley, homem por trás do conceito primordial do Xbox, não acredita que estejamos diante do fim do domínio dos consoles no mercado de videogames. Muito pelo contrário! Em entrevista à Edge, Blackley disse acreditar que, na verdade, os consoles é que venceram a guerra — a reviravolta está no fato de que eles “venceram” quase como os gregos “dominaram” os romanos, na Antiguidade.
“Todo tipo de gente agora lança consoles”, ele disse. “Eles são chamados de iPads e de Facebook. O que aconteceu não foi que o negócio de consoles morreu, mas sim que ele venceu.” Ele argumenta ainda que a tablet da Apple não tinha um foco inicial em games, mas em produção de textos e composições musicais, pois a gigante de Cupertino tem uma aversão notória a jogos eletrônicos.
Contudo, vale notar que isso podia até ser verdade em relação ao iPhone, mas já na sua segunda geração o iPod touch era descaradamente vendido como um console portátil [1, 2]. Seria ilógico pensar que o iPad, com acesso à mesma App Store (com uma proeminente seção de jogos) e aos mesmos desenvolvedores, não acabaria sendo um poderoso videogame.
Mas quem precisa de lógica? Se é pra chutar o pau da barraca, façamos logo como Asif Khan, CEO da Panoptic Management Consultants: ele conversou com a Industry Gamers sobre a situação atual da Nintendo e chegou à conclusão de que, no buraco em que a empresa se encontra atualmente (e já dando sinais de desespero), ela está no ponto de uma aquisição.
Só que, avaliada em US$20 bilhões, a Big N é como um Mac com SSD de 256GB: para poucos. Apple, Microsoft ou Google poderiam pagar por ela, mas dificilmente veriam alguma vantagem — é o que chamam aqui de “comprar uma casa de palha pegando fogo”. Outra possibilidade seria a japonesa se unir a alguma outra empresa com problemas, como a Sony ou a Panasonic, para as duas se ajudarem, quase como um cego guiando outro.
A Sony e a Nintendo se unindo para tomar de volta o mercado de videogames que a Apple abocanhou é quase como a Microsoft se unindo à Nokia para dominar o segmento de smartphones. Por falar nessas duas, nada ainda, né?