Em outubro de 2009 (o que, em tempo de computadores, é o equivalente a “duas vidas atrás”), comentamos aqui no MacMagazine um conceito de Clayton Miller chamado 10/GUI. A ideia era revolucionária e prometia nos levar para longe do sistema tradicional de janelas espalhadas em um espaço bidimensional, organizando aplicativos em uma única dimensão.
Para refrescar a memória, (re)veja o vídeo de apresentação do conceito:
No final do post sobre o 10/GUI, eu até fiz um apelo emocionado (usando palavras de Brian Hoggs) que convém relembrar:
Certamente Miller patenteou esse projeto, então eu só tenho uma coisa a dizer: Steve… Steve, eu sei que você está aí, lendo isto, então eu vou dizer algo, pois EU TE AMO! Eu te amo como se você fosse meu irmão, meu pai, meu… cachorro. Steve, compra isso logo!
Confesso que eu tinha até esquecido disso, mas Miller contou recentemente que foi inundado por contatos de pessoas que viram no OS X Lion um bocado do 10/GUI. Não dá pra negar que há semelhanças, sendo a principal delas a distribuição de aplicativos ao longo de um eixo horizontal, com a possibilidade de alternar entre eles com um gesto simples.
CON10UUM, do 10/GUI
Apps em tela cheia no Mission Control, do OS X Lion
É possível que a Apple tenha se “inspirado” nesse conceito para criar uma linha contínua de aplicativos em tela cheia no Lion? Claro que é, a Xerox que o diga! Isso, porém, não parece incomodar Miller por dois motivos: primeiro, porque ele mesmo se inspirou na interface do webOS para conceber o desktop linear do 10/GUI; depois, porque é impossível saber se realmente os designers de interface de Cupertino deliberadamente pegaram elementos do CON10UUM ou se estavam interessados em emular o que a Palm criou, e, por fim, o que mais interessa agora é para onde o Mission Control vai, e não de onde ele veio.
Mas ninguém nunca vai poder tirar de Miller os braggin’ rights de ter uma ideia sua no Mac OS X — se bem que melhor seria se o cara tivesse recebido ao menos um cheque pelo correio.
