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Apple Pay Later é gerenciado por subsidiária própria da Maçã

Durante a WWDC22, o novo recurso Apple Pay Later foi anunciado. Ele consiste basicamente no que conhecemos como parcelamento aqui no Brasil, apenas com algumas diferenças.

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No serviço da Apple, é possível parcelar uma compra sem juros em até quatro vezes. A diferença é que você não paga uma parcela por mês, e sim uma a cada duas semanas. Tudo depende, claro, de análise de crédito para que a opção seja liberada.

Algo interessante relacionado a essa função, que foi revelado pela Bloomberg, é o fato de ela ser gerenciada por uma subsidiária da Apple, chamada Apple Financing LLC1Limited Liability Company, ou Sociedade de Responsabilidade Limitada. Similar ao nosso Ltda. e não por bancos parceiros (como Goldman Sachs ou Citizens Bank). Todo o trabalho de empréstimo, análise de risco e outras atividades necessárias é feito pela própria Maçã.

O Goldman Sachs, que emite o Apple Card, por exemplo, não só continuará a fazê-lo como ainda tem um papel no Apple Pay Later. Como a subsidiária da Maçã não tem autorização para atuar como banco, a instituição financeira ficará gerando as credenciais dos cartões Mastercard para passar as compras feitas com o recurso.

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Ainda em março, noticiamos aqui que a Apple estaria criando uma infraestrutura financeira própria. Na ocasião, a própria Bloomberg já repercutira que dois novos recursos seriam criados sob o guarda-chuva do Apple Pay Later: o anunciado agora e um que permitirá o parcelamento de compras em mais vezes, porém com juros. Desde 2019 já é possível parcelar produtos da empresa em até 24x sem juros usando o Apple Card e comprando-os numa Apple Store, embora apenas nos Estados Unidos.

Além disso, tanto a matéria de meses atrás quanto a mais recente corroboram dois outros pontos. Um é que esse sistema de pagamentos em criação poderá servir para um possível plano de assinatura de iPhones e iPads que estaria sendo planejado pela empresa. Já o outro refere-se à possibilidade grande de a Apple estar desenvolvendo um modo próprio de processar compras, sem depender de outras empresas e aumentando o seu lucro — o que aumentaria ainda mais a polêmica envolvendo regras antitruste.

Vale lembrar, ainda, que a Apple adquiriu a startup inglesa de open banking Credit Kudos há alguns meses. Além de gerar rumores sobre a expansão do Apple Card, até agora exclusivo dos EUA, a ação também demonstra intenções da gigante de Cupertino em se estabelecer no mercado de finanças. Assim, mais uma fronteira seria quebrada em larga escala pela Maçã, que já atua na área, embora em área e volume não tão grandes quanto os concorrentes do ramo.

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Caso se confirme, essa expansão deverá motivar discussões sobre monopólio e concorrência. É bastante surpreendente que empresa que nasceu fazendo computadores evolua ao ponto de ser também — ou ao menos gerenciar — uma instituição financeira. Órgãos reguladores e a própria justiça deverão discutir os entendimentos no que tange à existência e, no caso positivo, extensão de limites à atuação de um mesmo conglomerado em diferentes áreas — se isso fere ou não a competição justa no mercado, entre outras questões.

Bom, resta a nós acompanhar e observar como poderão ser as investidas da Apple no mercado de finanças.

Notas de rodapé

  • 1
    Limited Liability Company, ou Sociedade de Responsabilidade Limitada. Similar ao nosso Ltda.

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