Senhoras e senhores, rufem os tambores, soem os coros de aleluia e ergam as mãos para os céus: “Severance” (ou “Ruptura”, em bom português) está de volta! Bom, ainda não. Quer dizer, mais ou menos… mas a qualquer momento, quem sabe…
O fato é que, depois de quase dois anos de finalizada a primeira temporada — e de um subsequente looongo silêncio da Apple sobre quando a série, mesmo com um segundo ano já confirmado, retornaria —, finalmente temos um raio de esperança: a conta oficial do Apple TV no Twitter (ok, ok… X) resolveu aguçar nossas curiosidades com um pequeno teaser.
Mais precisamente, parece que a chavinha virou na equipe de social media da Maçã após o Ano Novo: foram dois posts em sequência fazendo referência à série, como vocês podem ver abaixo:
Em seguida, uma postagem, digamos, críptica:
O que isso significa, exatamente? Na prática, rigorosamente nada, mas a estratégia é clara — faz tanto tempo que a primeira temporada de “Severance” saiu que a Apple precisa manter a série nas cabeças e nos corações dos seus espectadores.
Afinal, não importa que estejamos falando da melhor produção televisiva lançada pela Maçã até o momento (e é mesmo): no universo dos streamings, onde novos conteúdos são lançados em ritmo de metralhadora, as plataformas têm o trabalho elementar de lembrar seus assinantes que determinadas produções simplesmente existem — e sim, isso é um problema.
Para botar um pouco mais de lenha na fogueira, Ben Stiller (sim, aquele Ben Stiller, que vem a ser diretor e uma das principais figuras da produção, apesar de não aparecer na série) confirmou a uma seguidora no X que os trabalhos da segunda temporada continuam a todo vapor, e que novidades poderão ser anunciadas em breve.
Se as provocações acima não indicam nada de concreto sobre o futuro de “Severance”, ao menos acalentam os corações dos fãs — incluindo este que vos escreve — após anos de notícias não muito animadoras. Afinal de contas, o caminho que a produção tem trilhado após o sucesso retumbante da sua primeira temporada não tem sido nada tranquilo.
Primeiro, surgiram as notícias de problemas nos bastidores — mais precisamente, a reportagem da Puck News jogou luz sobre um ambiente de produção “tóxico”, com brigas constantes entre os roteiristas Dan Erickson e Mark Friedman.
A mesma reportagem apontou uma preocupação da Apple com o orçamento da série, de cerca de US$20 milhões por episódio — o que, se considerarmos os nove capítulos da primeira temporada, coloca a etiqueta de “Severance” próxima das de megaproduções cinematográficas como “Killers of the Flower Moon”, “Napoleão” e o vindouro “Argylle”, todos na casa dos US$200 milhões. A diferença, naturalmente, é que a série não tem um lançamento nos cinemas (e a bilheteria consequente disso) para se pagar ou ao menos recuperar parte desse investimento.
Para piorar a situação, “Severance” foi uma das séries da Apple mais afetada pelas greves dos roteiristas e dos atores de Hollywood, que perdurou quase por metade do ano passado. A produção da segunda temporada estava a todo vapor quando os trabalhos foram interrompidos, e a retomada ocorreu apenas no fim de 2023.
Tantos percalços podem ser abalos sísmicos no ambiente de criação de uma série, e eu mesmo já expressei minhas preocupações sobre a segunda temporada de “Severance”. Manter (ou, melhor ainda, superar) o nível é um desafio de qualquer narrativa seriada, e a coisa fica ainda mais difícil quando a produção já chega com o pé na porta em seu primeiro ano de existência.
A título de informação, vale lembrar que a segunda temporada da série tem oito novos nomes confirmados no elenco: Bob Balaban (“Um Sinal de Esperança”), Robby Benson (“A Bela e a Fera”), Stefano Carannante (“Mirabilia”), a indicada ao Emmy Gwendoline Christie (“Game of Thrones”), John Noble (“O Senhor dos Anéis”), Ólafur Darri Ólafsson (“The Tourist”), Alia Shawkat (“Sala Verde”) e a vencedora do Emmy Merritt Wever (“Nurse Jackie”).
Todo o elenco original retorna, incluindo o protagonista Adam Scott, Patricia Arquette, Christopher Walken e John Turturro — este, aliás, merece uma menção especial por sua performance na primeira temporada, sensível e comovente em um grau que raramente se vê na televisão. Ficam aqui os votos para que a história do seu personagem seja (ainda) mais explorada no segundo ano da série (o que parece que vai acontecer, a julgar pelos acontecimentos do episódio de encerramento da primeira leva).
A essa altura, você pode estar se perguntando qual o propósito exato deste artigo. E eu lhe respondo, meu caro Padawan: assim como a Apple, pretendo lembrar-lhe que “Severance” existe — e, se você ainda não deu uma chance à série, é hora de pegar o controle da Apple TV e se ligar no universo da Lumon Industries. Ao contrário dos “outies” e dos “innies” da história, garanto que você não vai se esquecer de nada tão cedo.
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