Não foi fácil escrever o post sobre o falecimento de Steve Jobs, tanto quanto não foi prestar esta homenagem em conjunto com meu amigo e parceiro Breno Masi. Nossos pensamentos estão contigo, Steve.
Rafael FischmannMuitos me perguntam como que eu lido e aguento trabalhar sob tanta pressão e com tamanha dedicação, todos os dias, no MacMagazine. A todos, eu respondo: sou muito afortunado de fazer o que faço, pois amo o que faço. Levanto da cama todos os dias com vontade de fazer o que faço, empolgado com novidades e ansioso para ler e ouvir a reação do público quanto ao que escrevemos. Sou afortunado por cobrir o mundo Apple, o mundo da empresa mais sensacional e inovadora de todos os tempos, da companhia que é hoje a mais valiosa do planeta. E tudo isso em graças principalmente a um homem, um gênio, um visionário… um louco: Steve Jobs.
Steve Jobs não nasceu gênio e nem obteve o reconhecimento que tem hoje da noite pro dia. Ele tinha o dom, ele tinha ideias fantásticas e tinha o feeling de afirmar com segurança o que deveria ir para frente e o que deveria ser descartado. Foi essa combinação de coisas que o levou aonde ele chegou e o que fez a Apple ser o que é hoje. Sem o trabalho de Steve o MacMagazine não existiria, eu não estaria escrevendo este texto de um computador fantástico como um MacBook Pro, não teria lido sobre seu falecimento do meu iPad e nem teria recebido tantas ligações de pessoas queridas e que sabem o quanto eu o admiro, em meu iPhone. Sem ele, o mundo seria diferente hoje — e, como não podemos enxergar esse universo paralelo, o que temos certeza é de que vivemos num mundo melhor, em grande parte devido a ele. Mais do que gadgets, softwares e serviços fantásticos, Steve redefiniu a indústria tecnológica e influenciou pessoas, jovens e executivos das mais diversas áreas com seu modus operandi determinado e absurdamente exigente e detalhista em todos os aspectos. Hoje eu levo a minha vida diferente pelo que aprendi com esse cara. Steve, agradeço-lhe por tudo o que você fez e por ter grande responsabilidade na vida que eu tenho hoje. Você fará falta. Muita falta. Espero que nos encontremos em outra iLife. |
Breno Masi5 de outubro de 2011. O dia não poderia terminar pior. Terminou com a nota de falecimento de meu maior ídolo, Steve Jobs. Consegui ler a “manchete”, mas a realidade ainda não digeri. Meu telefone e Twitter não param. Notícias me bombardeiam a todo segundo. Amigos, sócios, imprensa — todos chocados com a notícia. Algumas pessoas podem pensar que isso já era esperado e que estamos exagerando, pois Jobs havia deixado o comando da Apple e estava muito mal de saúde. Para quem não quer escutar comentários sobre essa perda imensa, a receita nos próximos dias é se isolar da internet e não ver televisão. Razões para homenagear “O Cara”, não faltam. Ele foi uma pessoa que marcou história, mas não somente a da Apple ou a da Pixar. Ele deixa a sua marca na história da tecnologia e na de cada uma das pessoas que tiveram suas vidas “dominadas” pelo sistema Mac, pelo iPhone, pelo iPod, pelo iPad e por tudo o que esses devices representam. O que passou pelas mãos desse grande homem brilha mais! Vale mais! Sem dúvida e sem exageros, devo a ele, que revolucionou o mercado com o iPhone, minha carreira, minha empresa, minhas visitas ao tão famoso campus da Apple — em 1 Infinite Loop —, minha participação nas famosas keynotes com o próprio Steve Jobs (ainda no comando da Apple) e minha participação em três edições da WWDC [a da foto acima é a de 2009]. Em busca de acesso e de nosso direito ao uso dessa tecnologia, desbloqueamos o que considerávamos o único e verdadeiro smartphone, pois os outros não eram tão “inteligentes” assim. Na verdade, nenhum ainda é! Madrugadas em que cada segundo valeu a pena, não é, Paulinho? A partir disso as oportunidades apareceram, e eu as abracei. Conheci pessoas, fiz amigos e tudo isso devo ao Steve. Lembro-me quando passei em frente à casa de Steve, em Palo Alto. Quando fui à sua mansão “abandonada”, a famosa Jackling House. Tudo por uma paixão, por um cara que revolucionou muitos mercados e o fez de forma extraordinária. Como pode um empresário representar tanto para tantos no mundo todo? Ter influenciado e redirecionado não só mercados e negócios, mas também e principalmente o comportamento de várias gerações em relação a tecnologia, informação e cultura? Triste, muito triste. Hoje perdi meu “Astro do Rock”, meu ídolo. |