o primeiro diz respeito ao preço, ou melhor, aos dez preços diferentes com que a Maçã está trabalhando nos Estados Unidos.
Acho que posso dizer que Horace Dediu, do asymco, fez sua fama com gráficos fantásticos explorando uma infinidade de dados numéricos em torno da Apple e da indústria. Hoje vamos destacar dois bastante interessantes sobre o iPhone, eAssim como ocorreu com o iPod, a Apple oferece um iPhone para cada bolso: com um contrato de dois anos, você pode não pagar nada (e levar um iPhone 3GS), pagar US$100 (e levar um iPhone 4) ou abrir um pouco mais a carteira e desembolsar US$200, US$300 ou US$400 por um iPhone 4S de 16GB, 32GB ou 64GB, respectivamente. Note como a escadinha é perfeita, de US$100 em US$100. Ah, mas se o contrato for um problema (ou você quiser levar o gadget para passear mundo afora), não tema: você leva seu smartphone desbloqueado para operadoras GSM por US$450 a mais que os preços acima — menos no caso do 3GS, que sai mais em conta, por US$375. Simples, assim.
E uma coisa curiosa: o preço médio de venda do iPhone no trimestre passado caiu bem em cima do preço do iPhone 4S de 16GB, US$650. Aliás, vale notar que esse é o modelo que fica exatamente no meio da escala de preços, aliando os melhores recursos com o menor custo possível.
Outro gráfico explora um tema pouco comentado: as vendas dos modelos de iPhone “da geração passada”. Desde 2009 a Apple tradicionalmente mantém o modelo do ano anterior à venda por um preço mais camarada, mas poucas pessoas até agora exploraram o impacto que esses aparelhos têm sobre os números gerais do iPhone. Foi exatamente isso o que Dediu procurou explorar aqui:
A forma como Dediu chegou a esse gráfico é bem lógica: Tim Cook mencionou na abertura do evento Let’s talk iPhone que metade de todos os celulares vendidos pela Maçã até hoje foram iPhones 4; estima-se que as vendas totais nestes quatro anos tenham sido de 151,3 milhões de unidades; durante sua existência, portanto, o iPhone 4 vendeu 75 milhões de unidades; ergo, tudo o que foi vendido nesses 16 meses que não foram iPhones 4 foram 3GSs. Ufa! A lógica do cara é ninja. 😛
E o pior (ou melhor) é que ele não parou por aí e ainda estimou quantos donos de iPhones deverão fazer o upgrade para o 4S. Para tanto, o analista usou dois modelos: em um, 90% dos gadgets com dois anos serão substituídos; no outro, a probabilidade varia com o tempo, atingindo um pico aos 24 meses. O curioso é que, em ambos os cenários, o valor ao qual Dediu chegou foi da ordem de 36 milhões — ou seja, essa seria a quantidade de clientes que permanecerão fiéis; os demais serão novatos.
Isso é tudo calculado na base do chute, mas serve para traçar o cenário sobre o qual a Apple está se debruçando: o mercado de smartphones ainda é um terreno desbravado e a companhia com o portfólio certo pode ganhar centenas de milhões de clientes novos que, uma vez fisgados, poderão permanecer fiéis indefinidamente.
Atualização
Gene Munster também fez suas contas e prevê que cerca de 18,8 milhões de donos de iPhones 3GS deverão comprar o iPhone 4S. O analista da Piper Jaffray calcula, conservadoramente, que 20% dos compradores do 3GS adquiriram um iPhone 4 (e por isso vão “pular” o 4S) e 15% teriam ido para o Android (sem chances de voltar), sobrando assim 65% de clientes para comprar o modelo mais novo.
Devo estar ficando burro, pois essas contas não batem: o final dá 17,94 milhões, e não 18,8. 🙁
Se compararmos esse número com o calculado por Horace Dediu (e assumindo que Munster esteja ao menos perto de estar certo, o que é uma prova imensa de boa vontade), temos que metade dos clientes fiéis da Apple que vão comprar o iPhone 4S são donos de iPhones 3GS, e a outra metade é de donos de iPhones 2G, 3G e 4.
[via AppleInsider]