Ê, iê, o pessoal da Businessweek pelo visto quer comer peixe assado, pois ela publicou um perfil de Scott Forstall que promete deixar o mar em chamas. Entenda: não foi exatamente o tipo de perfil lisonjeiro, como este de Tim Cook ou este, de Jony Ive, mas sim algo que só as pessoas que mais odiaram trabalhar com Forstall publicariam.
Bem, na verdade, pessoas que odiaram trabalhar com Forstall foram entrevistadas para a montagem desse perfil (muitas preferiram ficar anônimas, inclusive) e o resultado é uma imagem nada, nada sorridente do executivo. Por exemplo, dizem que Jony Ive e Bob Mansfield se dão tão mal com Forstall que eles evitam reuniões com o chefe de desenvolvimento do iOS sem que Tim Cook esteja presente. Ouch.
Seria o caso de pedir que o executivo andasse na linha ou fosse embora? Complexo, pois Forstall não apenas é O Cara™ do iOS na Apple como também ele tem mais de US$40 milhões em ações da companhia — um analista chegou a dizer que no caso de ele deixar a empresa a AAPL poderia levar um downgrade. Por outro lado, adivinha de quem foi a ideia de colocar protótipos de iPhones 4 nas mãos de inúmeros engenheiros para testar a qualidade da recepção deles em situações reais de uso! Deu no que deu.
Outras curiosidades sobre Forstall são que ele dirige uma Mercedes-Benz SL55 AMG prateada (mesmo modelo do carro que era de Steve Jobs) e seu irmão trabalha (ou pena) há 20 anos como engenheiro de design de software sênior na Microsoft. Oh, a ironia!
[via 9to5Mac]
Atualização
Uma declaração de Tony Fadell foi adicionada ao final do texto do Businessweek e tecnicamente ela desmente boa parte das afirmações que pintavam Forstall como um politiqueiro dentro da Apple que fez o iOS subir à base das manobras.
Eu herdei o projeto competitivo do iPhone OS de Jon Rubinstein e Steve Sakoman quando eles deixaram a Apple. Eu rapidamente encerrei o projeto após perceber que um Mac OS modificado seria a plataforma correta sobre a qual construir o iPhone. Era claro que, para criar o melhor smartphone possível, precisávamos do apoio das décadas de tecnologia, ferramentas e recursos investidos no Mac OS, evitando também a competição de projetos rivais.
E, numa nota adicional, que fique claro que a Businessweek não costuma ser exatamente “precisa” em suas histórias sobre executivos da Apple: num texto sobre Steve Jobs, pintam o ex-CEO da Maçã como um completo ignorante em relação ao que seria a internet, quando diversas declarações que datam até de 1985(!) mostram o jovem Jobs descrevendo com precisão assombrosa o que viria a ser criado apenas anos depois.
Se não já estava claro o bastante, recomenda-se um pé atrás com relação a esse texto.