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Confusa e anticlimática, 2ª temporada de “Invasion” começa como a 1ª terminou

O texto abaixo contém spoilers da primeira temporada de “Invasion”.

Ah, “Invasion”, você prometia tanto: antes de estrear, ainda na fase de divulgação, a série de ficção científica parecia uma das megaproduções mais excitantes do Apple TV+, com sua narrativa explorando uma terrível invasão alienígena a partir de diversos pontos de vista em locais diferentes do planeta.

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Se me permitem a aliteração, a premissa ficou apenas na promessa. Basta notar que o rosto mais conhecido do elenco, do ator Sam Neill, durou apenas um episódio — o primeiro, que foi justamente o mais interessante da série até o momento.

Explico: o que poderia ser um instrumento narrativo interessante para a subversão de expectativas (ora, “Game of Thrones” matou seu aparente protagonista antes do final da primeira temporada e virou o que virou) ficou parecendo apenas um erro de julgamento, o sintoma de um quadro de roteiristas que não se comunicou bem. Afinal de contas, a história do Xerife John Bell Tyson, interpretado por Neill, jamais foi retomada ou relembrada após o primeiro episódio.

Para a maioria dos espectadores, ficou apenas a impressão amarga de que o ator de “Jurassic Park” foi chamado apenas para estampar os pôsteres da série, ser colocado em destaque nos trailers e sair com um cheque polpudo após poucos dias de trabalho. Não dá para dizer que a Apple é a primeira (nem será a última) a fazer isso, mas não é legal de qualquer jeito.

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As escolhas narrativas estranhas de “Invasion” seriam mais facilmente perdoáveis se, após um primeiro episódio intrigante, a série abrisse espaço para tramas mais interessantes ou envolventes. Infelizmente não foi o caso: após Neill sair de cena, o que recebemos foi uma mistura pouco inspirada de conflitos ao redor do mundo, como se os roteiristas estivessem pinçando os maiores clichês dos filmes de invasões alienígenas, colocando no liquidificador e achando que criaram alguma coisa nova com o resultado. Não criaram.

Agravando a situação, o carisma de Neill não encontra substitutos nas etapas seguintes da história, deixando uma sensação de vácuo que não é nada legal. Golshifteh Farahani, uma atriz excelente que muito admiro desde que a conheci no maravilhoso “Paterson”, faz o que pode com uma personagem (Aneesha) que não sai muito do registro “mãe guerreira”, mas o roteiro não a ajuda. Shamier Anderson (Trevante) e Shiori Kutsuna (Mitsuki) cumprem tabela, sem arrancar muitos suspiros.

Também não ajudou muito o fato de que o elo e fio condutor das histórias, o garoto Caspar, não é um personagem muito interessante — absolutamente nada contra a atuação de Billy Barratt, que consegue equilibrar bem a vulnerabilidade e o poder do menino, mas seu papel na história dá voltas sem sair do lugar e, quando finalmente parece que chegaremos a algum ponto interessante da sua jornada… a primeira temporada acaba.

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Aliás, este é um problema comum da primeira temporada da série: a construção de conflitos é tão morosa, tão atrasada, que qualquer impacto acaba sendo perdido. Os gringos tem um termo para isso — o tal do slow burn, que, quando feito da forma correta (vide “True Detective” ou “Mad Men”), é capaz de satisfazer as expectativas do público de uma maneira inigualável quando o aguardado desfecho finalmente acontece.

Não é o caso aqui: em vez de investir na composição de personagens, fazendo com que progressivamente conheçamos e nos importemos com eles, os criadores de “Invasion” preferem passar metade da primeira temporada estabelecendo quase exclusivamente o sentimento deles em relação aos alienígenas. E isso é feito da maneira mais clichê possível: dá até para fazer um daqueles joguinhos em que você toma uma dose toda vez que a série cortar para o rosto aterrorizado de um personagem. A carraspana é certa, já a diversão… nem tanto.

E a 2ª temporada?

Até agora, apenas um episódio da 2ª temporada de “Invasion” está disponível — serão dez, no total, e os capítulos seguintes serão liberados semanalmente, a cada quarta-feira. Só há um problema: este primeiro episódio da nova leva simplesmente não dá muitos sinais de que a série seguirá por um caminho diferente.

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Quem assistiu à primeira temporada da série sabe que um dos seus principais pontos fracos é o roteiro confuso, cheio de justificativas frouxas, desdobramentos desnecessariamente caóticos e furos de lógica que não resistem a uma simples reflexão pós-episódio.

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Pois é: não me alongarei aqui nas razões (afinal, prometi que traria spoilers apenas do primeiro ano), mas — ao menos neste primeiro capítulo da nova temporada — os roteiristas parecem dobrar a aposta na confusão, expandindo a mistura de conceitos absurdamente diferentes e praticamente imiscíveis.

A notícia boa é que, se você curtiu a primeira temporada de “Invasion”, provavelmente vai continuar estimando a série em sua nova leva de episódios. E, se você ainda não checou a produção, talvez valha a pena dar uma espiadinha no primeiríssimo episódio, intitulado “Último Dia”. E… bom, talvez seja melhor parar por aí, mesmo.

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