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Dica de leitura: Ronaldo Lemos não acredita que o iPad brasileiro seja uma boa pedida pro nosso país

iPad brasileiro indo mal

Há quase uma unanimidade quanto ao assunto “iPad produzido no Brasil”: se ajudar a reduzir os preços malucos e ofensivos praticados por aqui, tá valendo. Contudo, para algumas pessoas esse pode não ser um negócio tão bom assim como estratégia de desenvolvimento para o país — é o caso de Ronaldo Lemos, que escreveu um artigo para a Foreign Affairs no qual argumenta que o acordo com a Foxconn não será vantajoso para nosso país.

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“Em vez de construir uma indústria em torno de consumidores ricos, o Brasil poderia encorajar o desenvolvimento de produtos tecnológicos para a população de baixa renda — o que o World Resources Institute chama de ‘os próximos quatro bilhões'”, argumenta Lemos. “Estes mercados há muito ignorados, em constraste aos mercados supersaturados para eletrônicos high-end, têm um enorme potencial inexplorado.”

iPad brasileiro indo mal

Um exemplo de gadget que faz sucesso entre pessoas de menor poder aquisitivo: celulares chineses com dois chips e alto-falantes potentes — a simples menção a isso me faz ter arrepios, pois esses alto-falantes representam 90% do meu ódio a ônibus (pior que a lotação, pior que o atraso: a poluição sonora dessas coisas é uma *expletivos*). Uma das soluções para o Brasil é, portanto, mandar ver nesses celulares de que o povão gosta… e haja ouvido.

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Esse exemplo, usado por Lemos, é infeliz e feliz ao mesmo tempo. Infeliz, porque representa um tipo de produto que só ressalta a falta de educação do brasileiro. Feliz, porque, de fato, é isso o que a maior parte da população quer: um celular baratinho, pré-pago, compatível com várias operadoras ao mesmo tempo e que toque música bem alto. Com o iPad nem dá pra trocar música com os amigos via Bluetooth! Muito #FAIL… Mas será essa a resposta para a questão do desenvolvimento tecnológico do Brasil?

Honestamente, eu não faço a menor ideia. Que rasguem o projeto das fábricas de iPads e iPhones no Brasil, contanto que no lugar delas não coloquem uma indústria de celulares barulhentos. Aliás, uma ideia seria fomentar a produção e venda de fones de ouvido, pra ver se a população consegue ficar surda um mal-educado de cada vez, sem levar quem está ao redor junto. “Indústria de tecnologia silenciosa no Brasil”, que tal?

[dica do Marcio Pimenta]

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