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Analista aposta em iMac TV — hora de começar a repensar “analistas”

iMac de frente e de trás

Brian Blair, analista da Wedge Partners, acredita que a Apple poderá integrar a funcionalidade do Apple TV ao iMac em 2012, na próxima atualização do desktop tudo-em-um, segundo conta a Forbes. Não é um rumor, não há fontes, não há nada além da intuição de Blair trabalhando nesta história. “Achamos que isto faz sentido porque, enquanto nós tipicamente pensamos em TV novas com tamanhos maiores, a Apple poderia efetivamente começar com o que ela já tem nas linhas de produção e lentamente direcionar as ofertas de 27 polegadas para 32, e então para 42, 50 e 55”, ele escreveu. “Em suma, pensamos que a primeira TV da Apple será seu computador iMac com funções de TV, integrado ao iCloud.”

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iMac

“Olá, sala de estar!”

Agora vamos a outro tipo de análise: os comentários no post do MacRumors sobre este assunto. “Se eu disser que sou um analista, vocês podem publicar meus chutes completamente inventados como notícias também?”, perguntou JangoFett124. Não, Jango, não pode: é preciso alguma grande companhia lhe dar esse título, mas, olhando pelo lado bom, você não precisa saber nada de Apple.

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Porque, se você souber de alguma coisa (qualquer coisa) da Apple, vai perceber que o iMac já é uma TV, e das boas — mas só se você quiser. Ele tem uma tela enorme, muito maior que 1080p, ele tem acesso irrestrito a todo o conteúdo da iTunes Store, você pode usar um iPhone, iPod touch ou iPad como controle remoto e, pasme, ele consegue até acessar vídeos na web que dependam do Flash Player ou, pasme mais ainda, o Microsoft Silverlight, Deus o tenha. Ah, e pode colocar o iCloud nesse bolo.

Se ele tem tudo isso, por que o iMac ainda não é usado amplamente como TV? 1. Ele é caro. 2. Praticamente ninguém quer viver só no ecossistema da Apple, na iTunes Store. 3. Menos gente ainda vê a web como fonte de entretenimento em pé de igualdade com a televisão, seja a cabo ou aberta. Uma tela maior e encaixes para pendurar na parede não vão resolver isso.

Tendo dito isso, eu não vejo por que uma companhia cada vez mais móvel e cada vez mais focada no portátil iria apostar US$1 que seja em um produto oneroso e indesejável como uma televisão sem que haja um ecossistema vibrante para justificar o investimento que os consumidores vão precisar fazer. Se tem gente chiando para comprar um iPad, imagine algo que custa cinco ou dez vezes mais e vai tomar conta da sua sala de estar! A TV é quase uma divindade moderna (à qual, felizmente, eu não sou fiel: já vendi minhas horas vagas pra internet e pro videogame), basta olhar pro quanto ela está inserida na vida de todo mundo.

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A Apple precisa de um cavalo de Troia para conquistar esse mercado, depois ela pode pensar em telas gigantes. Foi assim com o iPod (“droga” de entrada pro Mac), foi assim com o iPhone (idem, e ainda “adestrou” as pessoas com touchscreens), está sendo com o iPad (idem, idem, e está mudando nosso conceito de “computador”) e, na visão que tenho da companhia, será assim com a TV. Primeiro, você apresenta algo acessível, sem compromisso; depois, você faz essa coisa se tornar mais e mais atraente; quando o consumidor se der conta, ele estará pagando por um produto grande e caro, se trancando em um ecossistema fechado sem querer jamais sair, apesar dos berros da comunidade open source. Aproveita a viagem e muda o conceito de TV, matando assim a divindade original e colocando outra no lugar.

Apple TV preto de lado

Como fazer isso? O Apple TV já está fazendo (ou tentando): os primeiros modelos eram trambolhos bem caros pro fim a que se destinavam, o que fazia as pessoas pensarem duas vezes antes de comprar um mero portal pra iTunes Store. O pretinho básico, por sua vez, se tornou uma proposta bem mais tragável, quase uma compra de impulso, e ele tem adquirido mais e mais funcionalidade conforme os updates do iOS aparecem. O próximo passo? Apps de mais conteúdo (já há os do Netflix e de alguns esportes… sim, são apps). Em seguida, canapps de grandes estúdios [1, 2]. Quando você der por si, não vai mais nem saber onde está o controle remoto do receptor de TV a cabo… e não vai ligar. Daí pra cancelar o serviço, é um pulo!

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Aí Phil Schiller aparece numa keynote com uma televisão da Apple, e você não vai saber como conseguiu viver com as provedoras de TV a cabo por tanto tempo. Os US$2.000 do aparelho não serão nada, perto do entretenimento de baixo custo e à la carte que você vai encontrar na App Store. Pra que pagar US$100/mês por 800 canais que não respeitam seus horários, quando você pode ter a programação assíncrona dos 5 que acompanha de verdade por US$10/mês cada?

Ah, mas só tem dois detalhes: “você”, pra todos os efeitos, mora nos Estados Unidos e/ou entende inglês (pode levar algum tempo, vários anos, até a mesma estrutura chegar ao Brasil em português), e tudo depende de os donos do conteúdo aceitarem vender a alma pra Apple (se eles se negarem, nada de iTV). Isso sem falar que todo esse processo vai levar tempo, muito tempo, vai ser coisa pra 2015, se duvidar.

Se eu tivesse que apostar, porém, diria que a coisa está prontinha pra virar realidade, mas nunca vai sair do papel. Por quê? 1. Os estúdios vão olhar pro que aconteceu com as gravadoras e vão preferir falir a fazer um acordo amplo com a Apple. 2. As pessoas não vão querer viver nesse ecossistema. 3. “Hã? Essa TV é cara assim e não funciona com meu [aparelho eletrônico qualquer] e nem tem [porta USB, HDMI, VGA]? #FAIL

Bem, gastei meu latim à toa: eu não sou um analista. Meus palpites e nada são a mesma coisa. :-/

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