De acordo com a Nielsen, hoje o Android é o maior sistema operacional móvel do mundo, com cerca de 43%, enquanto o iOS tem “apenas” 28% do mercado. Mas quando o assunto envolve desenvolvedores, essa superioridade numérica do Android não se faz valer, já que suas receitas equivalem a 7% das geradas pela App Store. A consequência (ou até a causa, vai saber) disso é uma maior atenção desses profissionais à plataforma da Apple, já que na maioria das vezes vemos aplicativos aterrissando primeiro na App Store — em alguns casos de forma exclusiva, como o Flipboard.
Contudo, palestrando na conferência LeWeb, em Paris, Eric Schmidt acha que tudo mudará nos próximos seis meses.
Desenvolvedores são movidos por volume, e volume é favorecido pela abordagem aberta do Google. Existem tantos fabricantes trabalhando para entregar aparelhos com Android. Goste você do Android ou não, você suportará a plataforma, e provavelmente entregará primeiro para ele.
Soou meio Zagallo, né (“Vocês vão ter que me engolir!”)? Mas foi exatamente isso que Schmidt falou. E, quando questionado por um desenvolvedor sobre o fato de o foco hoje ser o iOS, o executivo do Google afirmou que o “Ice Cream Sandwich” (quarta versão do Android) será o principal fator dessa virada.
Ainda de acordo com Schmidt, a plataforma Android conta hoje com cerca de 200 milhões de aparelhos, em um ritmo de crescimento diário (ativações) na casa dos 550 mil — comparativamente, todos os iGadgets (iPads, iPhones e iPods touch) vendidos até hoje somam 250 milhões de unidades.
Schmidt foi mais uma vez perguntado sobre a possível cópia do iOS por parte do Google. Sua resposta foi a mesma de Larry Page, dizendo que o Android nasceu primeiro que o iPhone.
Sobre a questão de quem veio primeiro, essa todo mundo já sabe: realmente foi o Android, mas que ele sofreu uma metamorfose após a chegada do iPhone, sofreu — antes, estava mais para BlackBerry. Já sobre a atenção dos desenvolvedores, essa é fácil de resolver: no meio do ano que vem, com certeza alguma empresa fará uma pesquisa avaliando a preferência de plataformas entre eles. E aqui vai meu “momento analista”: o iOS continuará na frente, por sua simplicidade (pouquíssima fragmentação), enquanto que o Android ficará em segundo, mais preocupado com a proximidade do Windows Phone do que com a liderança do iOS. 😛
[via CNET News]
Atualização, por Rafael Fischmann
Aos interessados, eis o vídeo da entrevista de Schmidt, na íntegra:

Ela tem quase uma hora de duração.