Em dezembro, uma explosão na fábrica da Pegatron, em Xangai, deixou cerca de 60 feridos, com alguns precisando ser hospitalizados. Na semana passada, a NPR visitou 25 deles e descobriu uma informação curiosa: poucas horas antes do incêndio, a Apple inspecionou a fábrica.
De acordo com Zhang Qing, um dos empregados machucados, gerentes pediram para que as máquinas e o local fosse limpo exatamente para a inspeção da Maçã. Mesmo assim, depois da limpeza, He Wenwen estava calibrando uma das máquinas que faz o polimento da estrutura de alumínio do iPad quando a explosão aconteceu.
He Wenwen, um dos atigidos pela explosão.
Eu vi uma bola de fogo vindo em minha direção. Eu perdi a consciência por alguns segundos. Mais tarde, quando eu abri meus olhos, eu vi uma fumaça densa e fogo em toda parte. Eu senti medo, muito medo. Eu podia ouvir pessoas chorando e gritando.
Assim como Wenwen, outros trabalhadores machucados ainda estão fazendo tratamento em um hospital de Xangai. Um deles, Liu Hengchao, disse que os gerentes não permitiam conversas com os inspetores da Apple, mas que, se pudesse, pediria para eles melhorarem o ambiente, pois era péssimo.
Recentemente muito tem se falado sobre as condições de trabalho na China [1, 2] e sobre o que a Apple vem fazendo para combater/melhorar a situação. Uma das medidas da Maçã foi a parceria com a Fair Labor Association, que já está vistoriando algumas de suas fornecedoras.
Ainda de acordo com a matéria, esse tipo de acidente não é incomum, inclusive nos Estados Unidos — segundo o Occupational Safety and Health Administration, entre os anos de 1980 e 2010 ocorreram uma média de 15 explosões por ano! Bob Zalosh, doutor em engenharia mecânica que estuda incidentes como esses desde 1975, afirmou que as principais causas são madeira, seguido de carvão, alumínio (caso das fornecedoras da Apple) e grãos.