A história de um suposto cartel no mercado de ebooks liderado pela Apple e algumas das maiores editoras do mercado não é nova [1, 2]. Contudo, recentemente ela ganhou um novo capítulo, já que o DoJ (Departamento de Justiça dos Estados Unidos) está pensando seriamente em processar esse povo todo. A Apple respondeu algumas dessas acusações via um outro processo, afirmando que não tem culpa dos atuais preços praticados na loja e que não está boicotando a Amazon.com.
De acordo com a Bloomberg, Scott Turow, presidente da Associação de Autores, veio a público pedir para que o DoJ repense o processo, alegando que se o fizer, dará ainda mais poder e controle à Amazon, o que prejudica a indústria editorial como um todo — ele se referiu à Amazon como “o Darth Vader do mundo da literatura”.
Enquanto a Amazon trabalha com um modelo no qual editoras estipulam seus preços de varejo e os comerciantes decidem o valor final, a Apple apresentou o mesmo modelo de negócios da App Store: editoras/autores publicam o preço final do produto, e o comerciante (no caso, ela) leva 30% de comissão. Acontece que os preços subiram bastante quando a Apple entrou no mercado e, exatamente por isso, a discussão começou.
Na opinião de Turow, o modelo da Amazon é prejudicial às editoras, e se o DoJ processar a Apple e tudo voltar a ser como antes, a gigante de comércio eletrônico ampliará ainda mais seu monopólio. “Você vai acabar apenas com uma loja de livros nos Estados Unidos, porque a Amazon vai esmagar todos os outros”, afirmou ele.
A verdade é que, no modelo da Apple, as editoras têm mais ferramentas nas mãos para competir no mercado, já que controlam o preço final de seus produtos. Então, nada mais natural do que Turow defender a Maçã. O problema aqui é saber, de fato, se aconteceu (e se ainda acontece) uma combinação de preços, e não decidir qual é o melhor modelo de negócios.
[via CNET News]
