Se depender do analista Anthony DiClemente, da Barclays Equity Research, veremos uma “iTV” sendo apresentada por Tim Cook e saindo de Cupertino com tudo aquilo que as recentes especulações imaginam: comando por voz (Siri), sistema baseado no iOS (com direito a Safari e muitos outros apps/serviços), plataforma de jogos e preço em torno de US$1.500.
Mas, como sempre, existe a má notícia. E, para DiClemente, desta vez são duas: a primeira é que ela *não* chegará em 2012; a segunda — e mais importante — é que, se você espera uma televisão muito diferente do que existe hoje, pode tirar o cavalinho da chuva. Isso porque os executivos da Apple não seria capazes de “quebrar” o atual modelo de negócios das redes de televisão.
Atualmente, mesmo assistindo a no máximo meia dúzia de canais, somos obrigados a contratar, no mínimo, uma centena — ruim para nós (clientes), bom para eles (empresas). O modelo estaria tão bom para as redes que elas não estão dispostas a mudar. Então, se a Apple quiser entrar nesse mercado, teria que se adaptar a ele.
Eu acho muito difícil a Maçã lançar uma iTV para ser “apenas” mais uma televisão. Não esqueçamos uma recente entrevista de Jonathan Ive (vice-presidente de design industrial da Apple), na qual ele diz: “Nossos objetivos são bastante simples — fazer os melhores produtos. Se não pudermos fazer algo melhor, então não o faremos.” Baseado nisso, não vejo a Apple entrando nesse mercado com “algo normal”.
Resumidamente, o mínimo que espero são canais à la carte, em forma de apps. Quer assistir à Globo? Baixe o app deles. Quer ver o Premiere Futebol Clube? Assine o serviço ou compre um jogo de futebol avulso, via In App Purchase. Isso vale para qualquer canal/conteúdo disponível na TV hoje em dia. Quer ver os filmes da HBO? Escolha a assinatura que mais lhe convém, dentro do próprio app.
Não me pergunte se isso é viável, mas que seria uma quebra de paradigma, seria. Afinal, pela primeira vez poderíamos escolher apenas o conteúdo que nos interessa, consequentemente, pagando bem menos que nos dias de hoje.
[via WSJ]