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Canais internos do Slack têm ameaçado “segredos” da Apple, diz publicação

Felix Mizioznikov / Shutterstock.com
Apple Park

Já faz alguns meses que nós noticiamos uma série de episódios os quais têm revelado um pouco mais sobre os “segredos” do ambiente interno da Apple — desde a disparidade salarial entre gêneros até a insatisfação com o trabalho remoto.

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Como sabemos, a Apple sempre preferiu manter muitas coisas em segredo, mas agora, uma nova publicação do The Information coloca às claras alguns detalhes extras sobre os esforços da Maçã para pôr — ou, pelo menos, tentar pôr — ordem nessa comunicação.

Dada a imposição do home office, em decorrência da pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), desde o ano passado a empresa adotou o Slack como seu mensageiro interno, trazendo mudanças significativas na forma como sua equipe discute projetos e demonstra suas ideias.

Segundo a reportagem, atualmente existem cerca de 3 mil canais internos do Slack em uso entre os funcionários da Apple, com um número de membros que provavelmente excede os 10 mil.

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“O que antes era um bate-papo mais frio tornou-se muito mais sincero porque o ambiente digital parece mais seguro e menos personalizado”, disse um ex-funcionário da companhia, que saiu no início deste ano.

Inicialmente, os canais eram apenas voltados para assuntos corporativos, com nomes como #announcements (em português, #anúncios) e #careers (#carreiras) e alguns dedicados a projetos específicos, mas depois de algum tempo a equipe passou a criar canais de assuntos mais abrangentes para discutir benefícios e outras questões da empresa.

Um dos mais emblemáticos casos, se é que podemos chamar assim, é o de Ashley Gjøvik, gerente sênior do programa de engenharia da Apple. Por meses, a funcionária tentou levar suas preocupações com relações a graves situações dentro da empresa, mas sempre recebia respostas desprezíveis. E o pior de tudo: seus superiores teriam sugerido que ela não era uma presença bem-vinda no Slack da empresa apenas por ter denunciado várias situações e exposto angústias relacionadas na plataforma.

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Em maio passado, vocês também devem lembrar, foi por causa de um canal do Slack chamado #women-in-swe (de engenharias de software) que a Apple demitiu Antonio Garcia Martinez pouquíssimo tempo após sua contratação. Embora suas opiniões controversas tenham sido posteriormente discutidas no Twitter e apresentadas a Eddy Cue em uma petição, elas também circularam primeiro no mensageiro.

Mirando o silêncio, em julho passado, a Apple foi acusada de derrubar os canais do Slack que não eram relacionados ao trabalho. Fontes internas até tentam refutar essa ideia, mas sabemos que os canais em questão discutiam a divergência sobre as políticas da empresa quanto ao retorno do trabalho presencial.

Cher Scarlett, engenheira de software da equipe de segurança global da Apple, contou ao The Information que o Slack e as redes sociais têm sido “os maiores catalisadores para dar aos trabalhadores a capacidade de se organizar”.

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Scarlett, contudo, não está autorizada a falar abertamente sobre a companhia. Ainda assim, ela garante que os funcionários estão protegidos de retaliação ao discutirem as condições do local de trabalho.

“Uma cláusula de não depreciação (nondisparagement clause) não significa que você não pode dizer nada de ruim sobre a empresa”, afirmou ela. “Você pode falar abertamente sobre discriminação.”

Ao que parece, é graças à comunicação interna que cada vez mais os funcionários têm se organizado melhor e discutido as questões publicamente. O resultado mais visível disso é o novo movimento #AppleToo, um coletivo que convoca outros empregados a compartilhar histórias de racismo, discriminação, assédio ou outros problemas no local de trabalho.

Até o momento, a Apple não se posicionou sobre a reportagem do The Information.

via 9to5Mac

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