A essa altura, não é mais novidade para ninguém que o Telegram está numa trajetória de ascensão: o mensageiro colocou-se de vez como a alternativa número um ao WhatsApp e tem angariado cada vez mais usuários — especialmente após a polêmica de privacidade gerada pelo mensageiro do Facebook nos últimos meses.
Nem tudo, entretanto, são flores: o Telegram ainda não conseguiu encontrar uma forma sólida e constante de fazer dinheiro, e o salto de usuários visto nos últimos meses acarretou num investimento que o mensageiro, ao menos no presente momento, não pode pagar. Mais precisamente, segundo o Wall Street Journal, a empresa tem até abril para pagar uma soma de US$700 milhões (cerca de R$4 bilhões) em dívidas.
O acúmulo de débitos é fácil de explicar: com o salto no número de usuários, o Telegram precisou fazer investimentos pesados em estrutura de servidores e em outros aspectos elementares para o funcionamento do serviço. Sem um plano de monetização, entretanto, seu criador e CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo., Pavel Durov, está quebrando a cabeça para convencer investidores a continuar apoiando a plataforma.
Ao WSJ, um porta-voz do Telegram detalhou alguns dos planos traçados pela empresa para tornar-se lucrativa. Uma das opções seria a veiculação de anúncios nos canais públicos da rede — que, segundo o Telegram, seriam direcionados de acordo com o assunto do canal em questão e não baseados em dados dos usuários. Inicialmente, o plano de anúncios seria implementado na Ásia, no Oriente Médio e na Europa Oriental, possivelmente expandindo-se depois para outras localidades.
Outros planos do Telegram incluem uma possível versão paga do serviço (sem mais detalhes divulgados) e uma oferta de US$1,5 bilhão em títulos de dívida da empresa a investidores — as partes interessadas teriam, no futuro, preferência e descontos na compra de ações numa eventual abertura de capital da empresa.
No fim do ano passado, Durov afirmou que um projeto do tamanho do Telegram precisa de, pelo menos, algumas centenas de milhões de dólares por ano para se manter de pé — algo que a rede não está gerando no momento, nem de perto. Segundo o executivo, o desafio é tornar a empresa lucrativa sem perder de vista seus valores fundamentais de independência e respeito à privacidade do usuário.
Vamos ver como essas questões serão resolvidas, portanto.
via SlashDot
Notas de rodapé
- 1Chief executive officer, ou diretor executivo.