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Opinião:​ 15 dias e as 5 razões pelas quais o iPhone X foi um grande acerto

iPhone X

Espere: este *não* é um review do iPhone X! Se você busca informações, avaliações técnicas e ponderações de cunho objetivo, aguarde o parecer detalhado que estamos elaborando. Isto se trata de um texto opinativo, argumentativo e altamente subjetivo. Sem mais delongas, iPhone dez.

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Dez anos se passaram muito rápido. Me lembro como se fosse ontem, os renders e conceitos do que seria o iPhone. Apenas iPhone, o original. Click Wheel era vislumbrada como uma interface possível (e fora inclusive testada internamente para tal), mas o Multi-Touch ganhou, e com uma tela gigante. Naquele tempo, as 3,5 polegadas eram consideradas exageradas e grande. O tempo mudou, os cenários mudaram e as telas também. E isso nos leva à primeira razão pela qual o iPhone X é um grande acerto.

A tela do futuro: tamanho, qualidade e precisão

Na ocasião do lançamento, a Apple declarou como seu objetivo criar a tendência para a próxima década com o iPhone X, e se tem uma coisa que realmente é do futuro nesse momento iPhone, é a tela. Em todos os quesitos imagináveis, a tela do novo iPhone é uma obra de design e engenharia. A começar pela sensibilidade ao toque, fundamento básico do Multi-Touch.

iPhone X

Diferentemente dos novos iPads Pro — lançados inclusive três meses antes dos novos iPhones —, a tela Super Retina HD não é equipada com a nova tecnologia ProMotion, que torna a tela mais responsiva ao toque. Todavia, a fluidez das animações foi elevada, e isso somado à elevação de densidade de pixels, e a qualidade de uma tela OLED de ponta, tornam o seu uso único: definitivamente é como se, a cada toque, seus dedos entrassem na tela e tocassem as barras e os ícones. Os deslizes para arrastar, pinças para zoom, e o simples deslizar para fechar um app são tão fluidos e naturais. Ao usar uma tela LCD com a tecnologia antiga é ainda mais perceptível o quanto faz falta e, no uso do dia-a-dia, foi uma das coisas que mais me encantou.

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A qualidade geral da tela Super Retina HD também é algo impressionante. Sempre fui muito cético quanto às atualizações de display dos iPhones — e dos devices em geral. Tirando as migrações para o mundo Retina, a única vez que me lembro de ter percebido um ganho relevante de qualidade foi do primeiro Apple Watch para o Series 2, enquanto em *todas* as gerações de iPad, iPhone, etc., a Maçã cite o quão grande estão sendo as atualizações em suas telas. Meh.

Essa diferença de qualidade de cores, contrates e brilho é nítida desde o primeiro uso, mas é quando você assiste a um vídeo que ela se torna um marco. Vi todos os episódios de “Designated Survivor” no iPhone X e confesso que uns 20% do meu amor pela série foram pela qualidade do áudio e do vídeo entregues pelo iPhone.

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Quanto ao tamanho, também não poderiam ser mais felizes. Na verdade, poderiam (e serão): lançando um modelo Plus no corpo dos então iPhones Plus. Desde quando passaram a existir, me tornei um fã assíduo dos modelos gigantes, diferentemente dos meus colegas que escrevem neste site. E, apesar da ser agradável e saciável, sou do grupo que espera “quanto maior, melhor”. Por hoje, ideal e suficiente… até o “X Plus” chegar.

Por último, um detalhe que para mim fez toda a diferença são as curvas da tela, mas sobre isso eu comento daqui a pouco.

Câmera iSight

A câmera, ou melhor, o conjunto de câmeras traseiras do iPhone X é incrível, e essa é uma afirmação de alguém que gosta de reclamar das câmeras. Uma coisa que sempre me incomodou nos iPhones era o tempo para tirar a foto, aqueles dois segundos eternos entre abrir o app, focar, ajustar a exposição, clicar e repetir tudo por que dava para ficar melhor. Esses dias acabaram, e as fotos estão mais fluidas, equilibradas e bonitas do que nunca.

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A prova de fogo foi repetir o processo com baixa luminosidade e ver se continua tão redondo, e continuou. Fiquei positivamente surpreso, e tenho usado o iPhone X para tirar mais fotos do que nunca. Se a cada ano a câmera evolui, digo que evoluímos uns três anos com a câmera do iPhone X.

Uma prática que sempre gosto de fazer, quando estou no período de análise crítica, é repetir os exemplos apresentados pela Apple. Então, como clássico, tirei várias fotos de flores (como eles fazem todos os anos), mas o meu preferido foi recriar um vídeo na água da praia — e ficou incrível, assim como o demonstrado.

TrueDepth Camera

As selfies dominaram o mundo e, apesar de termos a câmera frontal desde do iPhone 4, hoje dá para falarmos que chegamos ao nível “avançado” das câmeras frontais. A primeira novidade é que, devido aos sensores 3D, a nova câmera, os sensores e a qualidade das fotos ficam incríveis.

Enquanto heavy-user do Twitter e de Stories do Instagram, uso a câmera frontal o dia inteiro, e não poderia estar mais satisfeito. Ambientes com baixa luminosidade, em especial, foram as que mais evoluíram em relação ao iPhone 7 Plus. As fotos em Modo Retrato com a câmera frontal foram o segundo ponto mais bacana para mim, conforme a foto abaixo:

Teste da câmera TrueDepth

Seria difícil para mim, há algum tempo, acreditar que se trata de uma foto tirada de um celular. Que dirá de uma câmera frontal de um celular.

Os Animojis, apesar de parecerem meras firulas daquelas que você usa nos primeiros dias e depois esquece, são bem mais legais do que podemos imaginar. Tenho usado com frequência diária, e sua única falha é não estar disponível para aplicativos de terceiros. Mas quem sabe a Apple não abre uma API no futuro, né?…

Face ID

A Apple arriscou com o Face ID. Não consigo imaginar quantas reuniões e debates ocorreram em Cupertino até baterem o martelo entre o “sim” e o “não” para decidir se valia a pena e se era a hora certa. Pois eu digo (spoiler): valeu a pena e era, sim, a hora.

Recorte superior do iPhone X

O uso no dia-a-dia é mais natural que o Touch ID, e depois dos 2-3 primeiros dias você nem lembra que ele está ali. É só você deslizar para cima, e lá está seu iPhone. No entanto, há alguns hábitos que para alguns podem atrapalhar um pouquinho.

Meu noivo tem o hábito de deitar e ficar usando o iPhone e, como sabemos, o Face ID não funciona com o iPhone deitado. Outra limitação é o fato de só poder ter um rosto cadastrado (meu noivo também acha isso um problema porque ele sempre teve quatro dedos cadastrados no meu iPhone, mas eu já não vi como tão problema assim).

No geral, superaram o Touch ID. No decorrer do dia, constantemente o Touch ID não funcionava de primeira, então eu nunca esqueci que ele estava ali. Enquanto isso, conto nos dedos as vezes em que o Face ID falhou para mim. Quando estou cozinhado, o Touch ID sempre falhava. Chovendo, falhava. Correndo, falhava. Enquanto o Face ID funciona em todas essas e mais: baixa/alta/normal luminosidade, com óculos escuros, etc., situações que me preocupavam funcionar. É realmente surpreendente a velocidade e o quão bem funciona.

Eu particularmente prefiro usar sem requerer atenção, mas fiz testes com ele e não muda muito o uso.

A experiência com apps, principalmente Starbucks, bancos e Safari, é muito satisfatória, principalmente porque não requer ação (apesar de ter animação), o “just works” é maior que com o Touch ID. O Face ID sem duvidas é o futuro da segurança, e mal posso esperar para ele se espalhar por toda a linha de produtos da Maçã.

Design

Lindo. Lindo. Lindo. O MacBook unibody foi o primeiro produto que eu, particularmente, achava uma obra-prima de design. A peça única e sólida de alumínio escovado era tão nova, bonita e única.

Após ele, apenas em 2014 Jony Ive realizou tamanha maestria, com o Apple Watch original de aço inoxidável. O vidro curvado e unindo a estrutura de aço inoxidável polido, os detalhes do botão lateral e da Digital Crown. Era novamente um desenho único.

Em 2017, Jony Ive explorou no iPhone X toda a essência desse design tão bonito do Watch, e usou o que há de mais bonito nas demais gerações dos iPhones: o vidro traseiro do iPhone 4, o aço curvado do iPhone original, a tela curva do iPhone 6, etc. É interessante porque, para mim, todos os iPhones tinham pontos de atenção e melhoria de design — por exemplo, o iPhone original com aquele plástico horrendo, ou o iPhone 6 com aquele rejunte de piso. O iPhone X não só é o iPhone mais bonito já feito, como também um dos produtos mais bonitos da história da Apple.

Apple Watch no braço com iPhone X

Uma outra coisa que falta para mim, e acho que resolverão na próxima geração, são opções de cores. Veja só, no iPhone 7 tínhamos seis(!) opções de cores: preta brilhante, preta matte, prateada, vermelha, ouro rosa e dourada. De seis, fomos para duas; lamentável. Sem dúvida a minha favorita seria a PRODUCT(RED), mas, por se tratar de produto de alto valor, duvido muito que mexeriam na tão delicada margem de lucro para tal, mas não faria mal ter ao menos uma opção do tão bonito “new gold” dos iPhones 8. Não consigo nem imaginar esse acabamento em inox, sem dúvida seria matador.

iPhone 8 em cima do iPhone X

Mas e o recorte na tela? Ele foi necessário para acomodar o Face ID. Uma vez que isso tenha ficado claro para a Apple e eles simplesmente aceitaram, se aproveitaram disso para criar o novo design-base dos iPhones, tal qual um dia (até três meses atrás) era a tela, o botão de Início, a saída de áudio e a câmera frontal.

Novo ícone do iPhone X no Apple Watch

Para mim, se houvesse chance de, no período de tempo curto ou médio, abrir mão do recorte, tenho certeza de que teriam feito, ou aguardado para tal. Em vez disso, aproveitaram para criar uma tela que acompanha a margem, com diversas curvas, e acreditem: ficou lindo. No primeiro uso é claro que se estranha, estamos habituados a ter uma tela inteira e limpa, e do nada surgem duas abas superiores, é diferente. Mas não tenho dúvida de que, no iOS 12, e com as atualizações dos apps, essas abas serão cada vez melhor utilizadas na interface e passarão a fazer parte da experiência.

O único momento que eu volto a lembrar que ela existe é quando assisto a vídeos, que ela deixa de ser um acessório e passa a ser de fato um recorte na imagem, e para tal gostaria de ver no futuro uma máscara curvada tampando a notch. No demais, a simetria, a tela acompanhando as curvas, o vidro + inox… é realmente uma peça linda de se ver.

·   •   ·

O iPhone X é não só o melhor iPhone já feito, mas provavelmente o produto mais bem acabado já feito pela Apple.

Eu, apesar de fanboy declarado, sempre fui bastante crítico e duro (até mesmo a pequenas imperfeições ou falhas de planejamento), e pela primeira vez recomendo sem nenhuma ressalva — e com veemência — o novo iPhone, o qual tenho certeza estar definindo os próximos dez anos da indústria.

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