No mercado de browsers, a Apple não é a única a criticar o Flash Player para reprodução de vídeos na internet, mas, aparentemente, ela é a única que tem capacidade mostrar trabalho para provar a ineficiência do plugin da Adobe no seu sistema operacional. O Streaming Learning Center conduziu uma série de testes com os principais navegadores web (Safari, Chrome e Firefox) em um Mac e um PC com Windows, colocando à prova as implementações do padrão HTML5 contra o Flash em todos os aplicativos em que é suportado.
Para nenhuma surpresa da minha parte, o Safari no Mac OS X reproduz vídeo em HTML5 de uma forma muito mais eficiente que o Flash Player, com uma diferença de 202% no uso de CPU em relação à atual versão 10.0 e quase 160% em relação a uma beta da versão 10.1 — que está sendo bastante aprimorada no navegador da Apple para o Mac, é bom lembrar. Devido ao fato de ele ter acesso aos recursos do QuickTime para reprodução de vídeos em tecnologias padrão da internet, a superioridade em performance é evidente, visto que o Flash não pode utilizar aceleração de hardware.
Entretanto, a qualidade de outros browsers disponíveis para Mac na execução da mesma tarefa que o Safari depõe contra o trabalho da Apple, visto que, no Chrome, é horrível para o computador reproduzir vídeos tanto no Flash Player quanto em HTML5 — os números do Streaming Learning Center são praticamente os mesmos, como você pode observar na tabela acima. No Firefox, não há suporte para vídeo HTML5 usando o codec H.264, mas o padrão Open Video adotado pela Mozilla consome bem mais CPU para reprodução de vídeos — embora tenha a boa vantagem de produzir arquivos com menor tamanho para downloads.
De qualquer forma, o upgrade para Flash Player 10.1 Beta fez o Firefox consumir ainda mais CPU para reproduzir vídeos no Mac, com um aumento de 5%. No Windows, porém, a história é outra, visto que o suporte à aceleração de hardware implementado pela Adobe diminui o consumo de CPU na atual versão de testes do plugin em 73% — no Internet Explorer, o uso de CPU também foi reduzido em 35% e no Safari, 68%.
A comparação do Flash Player com browsers HTML5 no Windows não mostrou resultados favoráveis para os que possuem a mesma opinião da Apple. O próprio Safari não reproduz vídeos em HTML5 usando a mesma implementação do Mac OS X — uma alternativa para resolver isso é instalar o QuickTime 7 junto dele, mesmo que o plugin sequer seja pedido em um site. Já o Chrome aproveita os mesmos benefícios do Flash nos outros browsers e funciona bem com aceleração de hardware, mas a implementação do Google para HTML5 é tão ruim no Windows quanto no Mac, consumindo mais CPU a uma diferença de até 58%.
A partir daqui, podemos tirar algumas conclusões:
- Quando o Flash Player 10.1 for lançado pela Adobe, o melhor browser para se assistir a vídeos _em toda a internet_ será o Firefox no Windows — e aqui vale fazer uma pequena crítica para a Mozilla, que não está trabalhando no Mac para aprimorar a performance de plugins da mesma forma que no Windows.
- Na situação atual dos browsers, acesso ao hardware gráfico para reproduzir vídeos é primordial — essa é vantagem do Safari no Mac para HTML5 e do Firefox no Windows com o Flash Player. Agora, quando a Mozilla vai perceber que pode ser bom receber o codec H.264 no seu navegador? E quando a Apple vai parar de criticar o Flash Player se isso não faz o market share dele cair nem 1%? Essa é uma típica situação de “falar demais e fazer de menos”…
- Por ser baseado no WebKit (assim como o Safari), o Chrome possui o necessário para ter acesso a todos os benefícios que o navegador da Apple demonstra com Flash e HTML5, mas eu acho que o Google está errando em algum lugar que podia tirar de letra. John Gruber, do Daring Fireball, lembra que seria bom para o YouTube parar de anunciar o Chrome aos usuários de Safari como um “navegador rápido e novo”, visto que o principal conteúdo do site é reproduzido de uma forma bem pior do que no “browser velho”. 😛
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