A fim de entender melhor as tendências econômicas globais relacionadas a preços no mercado de eletrônicos (smartphones, notebooks, carregadores portáteis, impressoras multifuncionais, consoles, etc.), a varejista latino-americana Linio pesquisou o preço médio de diversos produtos em 72 países.
A lista foi classificada pela soma do preço total de cada país. Assim, a Linio mostrou como as tarifas, os impostos e a inflação causam impacto nos preços dos produtos. Os países mais baratos do ranking são os do Oriente Médio que — segundo a varejista —, apesar do custo de vida relativamente elevado, cobram impostos relativamente baixos sobre os produtos de consumo. No outro extremo (nos países mais caros) temos a inflação e as restrições à importação como principais influenciadores nos preços para lá de elevados.
Tudo que temos de informação sobre a metodologia da pesquisa é isso. A Linio não especifica, por exemplo, quais modelos de cada produto fizeram parte da pesquisa. “Telefone Android” e “impressora multifuncional”, por exemplo, são descrições para lá de superficiais. No caso dos produtos Apple, não temos informações sobre a geração dos produtos, a capacidade interna, etc.
A pesquisa também não revela se o valor dos produtos em países onde o imposto não é embutido no preço final (como Estados Unidos) já está contemplando isso, entre outras muitas dúvidas que podemos levantar. Ainda que não seja um estudo certeiro, isto é, que pinte um retrato exatamente fiel à realidade, não deixa de ser um bom termômetro.
Dito isso, vamos aos números:
No ranking geral (produtos mais baratos), o Brasil ocupou a 69ª posição, à frente apenas de Brunei, Angola e Venezuela.
Brincando um pouco com o gráfico (no site da Linio ele é interativo), podemos avaliar o ranking selecionando cada um dos produtos. Fazendo isso com os da Apple, o Brasil ocupa a seguinte posição:
Produto | Posição | Valor em US$ | Valor convertido em R$1Cotação do dia 12 de janeiro de 2017: R$3,174. |
---|---|---|---|
iPhone | 62ª | US$ 843,30 | R$ 2.676,97 |
MacBook | 71ª | US$ 3.390,96 | R$ 10.764,26 |
iPad mini | 69ª | US$ 525,04 | R$ 1.666,68 |
Apple Watch | 52ª | US$ 383,39 | R$ 1.217,03 |
Normalmente o Brasil ocupa as últimas posições (ou primeiras, quando estamos falando de produtos mais caros) e isso se repete nesta pesquisa. Por outro lado, não estamos tão ruim como em outras que já divulgamos por aí. Isto, porém, não significa que as coisas mudaram; como disse, tudo depende da metodologia utilizada para chegar a essas informações — e como a Linio não deixou isso claro, não há muito o que analisar aqui — apenas contemplar as posições.
Todavia, de cara já vemos que há algo errado com os valores, seja para mais (MacBook) ou para menos (iPhone, iPad mini e Apple Watch). Nenhum preço convertido para reais bate com os da Apple aqui em nosso país (ao menos se levarmos em conta dos produtos de entrada da geração atual), o que me faz desconfiar ainda mais da metodologia:
Produto | Valor da pesquisa | Valor da Apple |
---|---|---|
iPhone | R$ 2.676,97 | R$ 3.149,10 |
MacBook | R$ 10.764,26 | R$ 8.819,10 |
iPad mini | R$ 1.666,68 | R$ 2.879,10 |
Apple Watch | R$ 1.217,03 | R$ 1.979,10 |
Mesmo com todas as ressalvas, fica aqui o gráfico para vocês analisarem e tirarem as suas próprias conclusões.
[via AppleInsider]
Notas de rodapé
- 1Cotação do dia 12 de janeiro de 2017: R$3,174.