Se uma lâmpada mágica aparecesse em Cupertino, eu suspeito que um dos três desejos do pessoal da Apple seria voltar no tempo e cancelar qualquer iniciativa de produção de cristal safira, o material super-resistente que reveste as telas dos Apple Watches mais caros, as lentes das câmeras traseiras e o botão de Início de iPhones — e que a Maçã tinha planos de colocar na frente do seu smartphone num futuro não muito distante.
Toda a sequência de eventos relacionada a essa empreitada, na Apple, é salpicada por fracassos. Primeiro, a parceria com uma fornecedora chamada GT Advanced Technologies caiu por terra quando a firma entrou com um pedido de falência, em 2014. Depois, a GTAT ainda culpou a Maçã pela sua derrocada, afirmando que o contrato assinado entre as empresas era “opressivo e pesado”; no fim das contas, Cupertino chegou a um acordo com a fornecedora e encerrou o caso com um cheque de US$439 milhões — e nem um grama sequer de cristal safira.
Agora, um novo capítulo nessa história — que, suspeito eu, todos já consideravam morta e enterrada — vem assombrar a Apple e, dependendo do resultado, tirar mais algumas moedas do seu formidável cofrinho. Digo isso porque a fabricante chinesa Hebei Hengbo Fine Ceramic Material entrou com um processo contra a Maçã, alegando quebra de contrato.
A ação, registrada na Corte Distrital Americana do Norte da Califórnia, encontra-se quase totalmente censurada (porque os detalhes do processo ainda estão em segredo de justiça); é possível constatar, entretanto, que a chinesa exige o encerramento de um contrato com a Apple atualmente em vigência relacionado à produção de um material utilizado na processo de criação de cristal safira, bem como o pagamento de danos relativos ao período em que o contrato está valendo.
A Apple não comentou o caso, mas ficaremos atentos para futuros desdobramentos.
via AppleInsider