Este é o tipo de história que nós creditaríamos a Agatha Christie e não ao mundo real, caso a lendária escritora estivesse viva e fosse familiar ao ecossistema da Apple: autoridades inglesas prenderam um homem que matou sua esposa para receber o seguro de vida milionário dela, usar seus óvulos congelados e fugir com o amante para o outro lado do mundo. O que denunciou o criminoso? Nada menos que o app Saúde, do iPhone.
Quem trouxe a história foi o Guardian: Mitesh Patel, farmacêutico de 37 anos, passou cinco anos planejando o assassinato de sua esposa, Jessica Patel, 34. O plano do britânico de origem indiana era fazer com que a morte parecesse obra de um ladrão, de forma que ele recebesse os £2 milhões (aproximadamente R$10 milhões) do seguro de vida de Jessica e recomeçasse a vida na Austrália com seu amante, com o qual já se relacionava há pelo menos seis anos. Ele iria ainda utilizar os óvulos congelados da esposa para gerar filhos e começar uma nova família.
O plano foi posto em prática no dia 14 de maio desse ano e Mitesh, infelizmente, obteve sucesso: à noite, ele estrangulou Jessica com um saco plástico após injetá-la com uma dose de insulina, para incapacitá-la. Em seguida, saiu correndo pela casa, quebrando objetos pessoais e derrubando móveis para fazer a cena do crime parecer com uma invasão domiciliar.
Parecia um plano à prova de falhas, se não fossem os dois iPhones presentes na casa — o de Mitesh e o de Jessica. O aparelho do criminoso registrou atividade intensa por vários minutos após o crime, indicando suas ações para acobertar o assassinato; o da vítima, por sua vez, não registrou qualquer atividade por minutos após a morte, mas voltou a captar movimentos quando Mitesh pegou o celular e o descartou na calçada, fazendo parecer que o bandido teria deixado o iPhone cair enquanto fugia.
Inicialmente, Mitesh informou às autoridades que teria saído para comprar comida e, ao voltar, encontrado a casa invadida e sua esposa morta. Os registros dos iPhones, entretanto, puseram essa versão sob suspeita, já que os horários informados pelo criminoso não batiam com as atividades gravadas pelo app Saúde.
Sincronizados, os dados do app nos dois iPhones não deixaram dúvidas. Mitesh confessou o crime em frente a uma corte britânica na última semana; o júri presente levou pouco menos de três horas para declará-lo culpado. Agora, o criminoso pode pegar uma sentença de pelo menos 30 anos de cadeia, com possibilidade de chegar à prisão perpétua — a decisão será anunciada em breve.
Que história, viu…
via 9to5Mac