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Artigo de leitor: a Apple na sua melhor fase

Apple na keynote do iPad mini

por Paulo Sérgio Silva

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2012 tem sido um grande ano para a Apple, marcado por diversos lançamentos de produtos — tanto em hardware quanto em software. A Apple cumpriu o que Tim Cook prometeu em março ao afirmar, durante o lançamento do novo iPad, que 2012 estaria apenas começando e que grandes produtos estariam por vir.

Apple na keynote do iPad mini

De fato, foram lançados o iPad de terceira geração, o OS X Mountain Lion, o MacBook Pro Retina de 15 polegadas, o iOS 6, o Apple Maps, o iPhone 5, a nova linha de iPods e, finalmente, no evento de ontem (23 de outubro), o MacBook Pro Retina de 13 polegadas, os novos iMacs, além do tão-falado iPad mini e o iPad de quarta geração. Isso sem contar as atualizações nos MacBooks Air/Pro e Macs mini.

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Com certeza, as grandes estrelas do evento desta última terça-feira foram o já previsto iPad mini e o “inesperado” iPad de quarta geração. Por isso, gostaria de dedicar algumas linhas na análise de alguns aspectos do lançamento desses dois novos produtos.

Como alguns analistas internacionais já tinham previsto, já era esperado que a Apple criasse um novo iPad com tamanho menor, de forma a ampliar sua linha de tablets. Apesar de Steve Jobs ter dito com todas as letras, em 2010, que um iPad de 7″ não fazia sentido, estava claro que o cenário em 2012 era outro e que a Apple iria reforçar sua posição já vantajosa no mercado de tablets — sem falar que o novo tem quase 8″, é claro.

E foi isso o que realmente vimos acontecer: em um só ano, o iPad de 9,7″ foi atualizado duas vezes e foi lançado um novo iPad de 7,9″, mais barato. O iPad 2 foi mantido, completando a linha tablets da Apple.

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Algumas pessoas talvez ainda não tenham entendido o porquê de a Apple atualizar o iPad poucos meses depois da chegada da última geração. Se analisarmos bem os fatos e compararmos com outras linhas de produtos da própria Apple, ficará fácil entendermos os motivos.

Primeiro, com o lançamento do iPad mini agora em outubro, a Apple teria que definir qual seria o período para atualização de sua linha de iPads, se em março ou em outubro, já que o iPad tinha sido atualizado em março deste ano. Como ela faz com os iPods, todos os produtos da linha são atualizados ao mesmo tempo. Assim, o mesmo deve acontecer com os iPads.

Pois bem, faz todo sentido ela trazer as atualizações de iPads para outubro, por conta do período de festas de fim de ano. É a oportunidade de aumentar as vendas no trimestre mais importante para a Apple e seus investidores. E por que não dizer, também, para seus consumidores?! Por isso é que o iPad teve uma atualização juntamente ao lançamento do mini. Assim, um novo iPad de 9,7″ só precisará ser lançado daqui a um ano, junto do iPad mini de segunda geração.

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Um fato interessante é que, com essa mudança, a Apple deixou seu cronograma de lançamentos com uma vaga no primeiro semestre do próximo ano. Ela deverá lançar um beta da nova versão do OS X entre março e abril de 2013, mas não terá nenhum iGadget para ser atualizado durante todo o primeiro semestre do ano que vem. Quem sabe ela poderia antecipar o lançamento do iPhone para junho, na WWDC? Isso vai depender da capacidade de sua cadeia de fornecedores. Mas o certo é que haverá um vácuo até meados de 2013. Podemos esperar por um novo produto já em 2013? Uma nova Apple TV ou iTV? Que comecem os rumores! 😉

Outro aspecto relevante do evento dos novos iPads foi o preço do modelo de entrada do iPad mini, que custará US$330 nos Estados Unidos. Muitos acham que a Apple errou feio ao colocá-lo num patamar de preço acima do Kindle Fire (da Amazon) e do Nexus 7 (do Google), que custam respectivamente US$160 e US$200 (modelos de entrada).

Acredito que o alvo da Apple não são essas tablets, cujos preços de venda praticamente apenas cobrem os custos de produção. A Apple é historicamente conhecida por não concorrer em preços, e sim no valor agregado percebido pelos usuários, para o qual ela cobra um prêmio. Assim, esperar que ela colocasse os preços do iPad mini na faixa dos duzentos dólares não seria um pensamento adequado, apesar de ser o desejo da maioria.

Além de a Apple não concorrer em preço, penso que o seu alvo está bem claro: tablets com Android entre 7″ e 8″, mais especificamente as fabricadas pela Samsung, que é a líder nesse segmento. Se tomarmos o Samsung Galaxy Tab 2 de 7″ para nossa análise, vamos perceber que o preço de lançamento nos EUA (abril/2012) para o modelo de entrada, equivalente ao iPad mini, era de US$250. No caso do Galaxy Tab 7.0 Plus, o preço de lançamento (novembro/2011) era de US$400.

O que podemos observar dessa comparação é que a resposta para a pergunta “Por que devo comprar a tablet [ponha o nome do modelo desejado] em vez de um iPad (mini)?” passa a ser mais complicada para os concorrentes da Apple. Acredito que a Maçã vai conseguir colocar pressão na Samsung mesmo com o preço de US$330 do iPad mini e tomar a liderança no segmento de tablets de 7-8″. Melhor ainda, ela obterá grandes lucros, provavelmente maiores que seus concorrentes, como vem acontecendo com o iPhone.

Ao anunciar sua saída do posto de CEO, poucos meses antes de seu falecimento, Steve Jobs afirmou que os melhores anos da Apple ainda estavam por vir. Se tomarmos 2012 como exemplo, percebemos que a Apple realmente está na sua melhor fase, com uma linha de produtos cada vez mais consistente e à frente da concorrência. Resta-nos aguardar o que ainda está por vir…

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