Com o seu lançamento marcado para o início de 2024, pouquíssimas pessoas até agora tiveram a chance de testar o Apple Vision Pro. Além dos próprios engenheiros da Maçã, é claro, apenas quem esteve no Apple Park no dia da abertura da WWDC23 teve a chance de brincar com o pomposo headset de realidade mista (VR/AR), mas de forma bastante controlada.
De acordo com o jornalista Mark Gurman, da Bloomberg, isso não foi à toa. Em seu último boletim informativo “Power On”, ele explicou que, embora o hardware do dispositivo já esteja praticamente finalizado, o seu software ainda precisa de uma quantidade de trabalho considerável antes de chegar ao público geral.
O recurso EyeSight — o qual exibe os olhos do usuário numa tela OLED1Organic light-emitting diode, ou diodo emissor de luz orgânico. na parte da frente do headset —, por exemplo, é um dos aspectos do headset que ainda não estão funcionando como esperado. Foi por esse motivo, inclusive, que ele nem sequer esteve disponível durante a série de testes de 30 minutos conduzidos com visitantes no primeiro dia da WWDC23.
Outros aspectos do Vision Pro que ainda demandam uma certa atenção por parte do time de engenheiros da Apple incluem: o teclado virtual do visionOS, o suporte a conteúdos em 3D, apps nativos como Calendário, Mapas, Livros e Mail e, até mesmo, como o headset deverá suportar apps de terceiros. Além disso, a empresa ainda precisa decidir como exatamente o dispositivo deverá funcionar quando equipado com lentes de terceiros.
Para resolver tudo isso e acelerar o desenvolvimento, a Apple já estaria estudando permitir que um grupo selecionado de desenvolvedores tenha acesso ao Vision Pro para poder testá-lo com mais calma. Até o momento, apenas engenheiros seniores e executivos da empresa podem levar o headset para casa.
Ainda de acordo com Gurman, embora seja possível que o Vision Pro chegue ao mercado em qualquer momento entre janeiro e maio do ano que vem, é provável que a Apple jogue o seu lançamento mais para o início do ano. A ideia aqui, segundo o jornalista, é evitar que ele seja lançado muito próximo ao anúncio do chip “M3”, uma vez que o headset virá equipado ainda com o M2.
Apesar disso tudo, a Apple já teria movido parte dos seus funcionários para o desenvolvimento de uma segunda geração do headset, que também deverá incluir uma versão mais barata. De acordo com as informações, essa segunda geração será capaz de exibir mais de uma tela virtual para um Mac, permitirá que múltiplas pessoas usem avatares 3D (ou “Personas”) durante chamadas do FaceTime e também suporte a prática de exercícios no Fitness+.
Vision Pro terá alça extra
De acordo com Gurman, alguns funcionários da Apple reclamaram do peso do Vision Pro — que é feito majoritariamente de alumínio e vidro — após algumas horas de uso. Para remediar isso, a empresa desenvolveu uma alça extra, a qual passaria pela parte de cima da cabeça do usuário.
Apesar do seu preço de US$3.500, entretanto, a Maçã não pretende incluir essa alça na caixa do headset, e sim vendê-la separadamente, como um acessório — no maior estilo Pro Stand do monitor Pro Display XDR. Obviamente, ainda não se sabe quanto exatamente a empresa pretende cobrar pela alça.
Além disso, para que usuários possam provar o headset e entender qual “Light Seal” e tamanho de alça é o mais confortável para as suas cabeças, a Apple estaria considerando montar áreas de demonstração do headset em suas lojas. Pelo menos inicialmente, é provável que o usuário tenha que, necessariamente, agendar uma visita em uma Apple Store para comprar o headset — assim como foi feito com o Apple Watch em 2015.
Para facilitar todo esse processo, contudo, a Apple teria desenvolvido um app para iPhone capaz de escanear o rosto do usuário a fim de determinar o tamanho certo do “Light Seal” que o usuário deve usar. Segundo Gurman, é possível que a empresa libere esse app para o público geral no futuro, permitindo que as pessoas possam comprar o Vision Pro das suas próprias casas.
Notas de rodapé
- 1Organic light-emitting diode, ou diodo emissor de luz orgânico.
