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Apple reafirma compromisso com privacidade em carta a ONGs

A Maçã aproveitou a oportunidade para dar mais uma cutucada no Facebook
Ink Drop / Shutterstock.com
Privacidade - Apple (lupa)

Não é novidade para ninguém que o iOS 14 trará mudanças profundas no que se refere à privacidade do usuário e à forma como anunciantes podem capturar dados para direcionar publicidade. Não é novidade, também, que essas mudanças — originalmente previstas para estrear junto com o sistema — foram adiadas para o início do ano que vem após pressão das empresas afetadas.

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Por conta desse adiamento, um grupo de oito organizações e entidades dedicadas a proteger a privacidade do usuário enviou, no mês passado, uma carta [PDF] endereçada a Tim Cook expressando desapontamento com a decisão e questionando a Apple sobre seu real compromisso na área. As organizações, que incluem a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, citaram fatores como a eleição presidencial dos Estados Unidos, que poderiam ser usados para coletar dados dos usuários de forma sem precedentes.

Pois hoje, a diretora sênior de privacidade da Apple, Jane Horvath, respondeu às organizações com uma outra carta aberta. Nela, a Maçã reafirma seu compromisso em relação à privacidade dos usuários e à tarefa de efetivar o App Tracking Transparency (ATT, o nome que a Apple tem usado para se referir às mudanças do iOS 14) no início de 2021.

Horvath reiterou que as mudanças foram adiadas para dar mais tempo à adaptação de desenvolvedores que, de outra forma, poderiam se prejudicar irreversivelmente com as novas regras de coleta de dados. A executiva rebateu, também, afirmações de que a ATT afetaria especificamente pequenos negócios e publicações menores — na visão da Apple, é justamente o contrário:

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Publicidade que respeita a privacidade não é apenas possível, como era o padrão antes da internet. Algumas empresas contrárias à ATT disseram que as novas regras afetariam unicamente pequenos negócios ao restringir opções de publicidade, mas na verdade, a atual “corrida armamentista” dos dados beneficia principalmente grandes empresas com enormes bases de dados. Redes de anúncios focadas em privacidade eram o padrão universal da indústria antes que a prática de coleta indiscriminada de dados fosse estabelecida na última década. Nossa esperança é que demandas crescentes dos usuários por privacidade e segurança, bem como mudanças como a ATT, farão com que esses padrões de publicidade que priorizam a privacidade tornem-se robustos mais uma vez.

Horvath lembrou também que as novas regras valem para todos os aplicativos do iOS, inclusive os da própria Apple (embora haja controvérsias), e lembrou que a política da Maçã impede a coleta de dados personalizados em todos os seus principais serviços.

Em contraste, segundo a executiva, empresas como o Facebook adotam uma política muito mais… colada no usuário.

Por outro lado, o Facebook e outras empresas têm uma abordagem bem diferente quanto ao targeting. Eles não apenas permitem que os usuários sejam agrupados em segmentos mais específicos, como usam dados detalhados de navegação online para direcionar anúncios. Os executivos do Facebook já deixaram claro que a intenção deles é coletar o máximo possível de dados, tanto em seus produtos quanto em domínios de terceiros, para desenvolver e comercializar perfis detalhados dos seus usuários. Esse pouco caso em relação à privacidade continua a se expandir e incluir mais dos seus produtos.

A executiva concluiu afirmando que a Apple mantém os mesmos valores de sempre — valores estes, segundo ela, que são compartilhados com as ONGs de privacidade e direitos humanos que assinaram a carta original. A resposta completa da Maçã pode ser lida aqui.

via MacRumors

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