Já não é novidade para ninguém que os preços dos iDevices importados vendidos pela Apple no Brasil têm valores exorbitantes, ainda mais se levarmos em consideração a renda média do trabalhador brasileiro. Também não é novidade que um dos grandes responsáveis por estes valores altos são os impostos embutidos em cada iGadget. Só que, de acordo com um estudo divulgado pela consultoria UHY International, na qual foram feitas auditorias e análises de contabilidade, o iPad importado vendido no Brasil possui os encargos tributários mais altos do mundo.
Só para se ter uma ideia, a incidência das taxas chega a 42,2% do valor final cobrado pelo iPad, chegando a ser três vezes maior do que a média mundial — que está na casa dos 15%. A Índia ocupa a segunda colocação no ranking, onde a tributação é de 31,5%, e a Romênia vem em terceiro, com 19,4%. Lá no lado oposto temos a Nigéria e o Japão, com apenas 4,8%.
Confira, na imagem abaixo, um gráfico que demonstra a tributação do iPad em diferentes países:
Fugindo um pouco do assunto, mas não menos importante, ainda segundo esse mesmo estudo o consumidor brasileiro é o que paga os maiores impostos pela refeição fora de casa (27,2% de tributação) e pelo consumo de energia elétrica (27,3% de impostos embutidos). E mais, entre os países pesquisados, o Brasil possui o sistema mais complexo no que se refere a taxa tributária. No geral, nosso país ficou em segundo lugar com as maiores taxas (28,7%); a Índia ocupa a primeira colocação, com 38%. O estudo realizado comparou 16 itens de 22 países e a média mundial de impostos chegou a 13,8%.
A carga tributária que incide sobre o iPad importado inclui COFINS, PIS, IPI, ICMS e imposto de importação. Vale lembrar porém que, desde o final de 2012, tablets e PCs fabricados no Brasil passaram a contar com a MP do Bem, em que a incidência de impostos é menor. Mas até agora essa medida não surtiu o efeito esperado, pois sabemos que alguns modelos de iPads e iPhones já são fabricados no Brasil e nem por isto os preços caíram — pelo contrário, subiram, desta vez justificados pela alta recente do dólar (os componentes dos produtos não são fabricados no Brasil). Mas o grande vilão dessa história são os impostos mais altos mesmo e — por que não dizer? —, no final das contas, do nosso próprio governo.
Você pode ver a pesquisa completa neste PDF da UHY, em inglês.
[via INFO Online]