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“Que seja”, diz Trump sobre possível queda nas vendas de iPhones por banimento do WeChat

No pior cenário, um analista estima que a Apple poderá sofrer um baque de 30% nas vendas do smartphone
Evan El-Amin / Shutterstock.com
Donald Trump, presidente dos EUA

Qualquer pessoa que acompanhou as últimas semanas do mundo tecnológico certamente leu sobre as ordens executivas de Donald Trump, que proibirá, a partir de 20 de setembro, os negócios de empresas americanas com as gigantes chinesas proprietárias de dois apps extremamente populares: a ByteDance (dona do TikTok) e a Tencent (empresa-mãe do WeChat).

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O imbróglio ainda segue em alta: no caso do TikTok, que já tem uma popularidade global altíssima, há a possibilidade de a Microsoft comprar as operações da rede social nos Estados Unidos para que ela possa continuar operando no país.

O caso do WeChat é diferente: o mensageiro é extremamente popular na China, e basicamente parte da vida da população como um todo — não só como o comunicador “padrão” do país (como o WhatsApp, no Brasil), mas como um verdadeiro ecossistema pelo qual cidadãos fazem pagamentos, compras e microtransações. Milhares de negócios chineses “vivem” dentro do WeChat, e a base de usuários do app na China fica na casa de 1 bilhão.

Ou seja: smartphones sem acesso ao aplicativo não teriam nenhum tipo de apelo no país. Uma pesquisa da Bloomberg de agosto passado revelou que 95% dos chineses prefeririam trocar o iOS pelo Android (ou outra plataforma) do que perder acesso ao WeChat; no início desta semana, o analista Ming-Chi Kuo estimou que um banimento global do aplicativo nas App Stores poderia afetar as vendas de iPhones em até 30%.

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A Apple já está tentando evitar o baque: como informamos ontem, a empresa (junto a outras gigantes) contestou o banimento do WeChat por Trump. O presidente, por outro lado, fez pouco caso sobre as potenciais consequências da sua ordem — em uma coletiva realizada hoje, Trump manteve o seguinte diálogo com o jornalista Justin Sink, da Bloomberg:

Sink: Existe muita preocupação entre as empresas americanas sobre a sua ordem do WeChat. A Apple, a Ford, a Disney, elas estão preocupadas porque é uma enorme plataforma de pagamentos e comunicação na China, e se você banir as empresas americanas de trabalhar com ela [a Tencent], elas não poderão vender iPhones na China ou em mercados parecidos.

Trump: Que seja.

Sink: Então você não se importa…?

Trump: Eu preciso fazer o que for melhor em termos de segurança para o país. A China nos decepcionou muito.

A fala de Trump sobre “segurança” refere-se às suspeitas de que o WeChat seja usado como uma ferramenta de espionagem do governo chinês sobre sua população e outros países. O fogo cruzado é real: por suspeitas parecidas do outro lado do muro, o Google e o Facebook são proibidos de operar na China já há muitos anos.

Trump responde “que seja” a preocupações de que a ordem sobre o WeChat poderia impedir a Apple de vender iPhones na China e dificultar os negócios de outras empresas [americanas] por lá.

Ele realmente só desistiu.

Para que não haja dúvidas, ainda não está claro se o banimento de Trump impedirá que o WeChat seja disponibilizado em todas as App Stores do mundo ou apenas na americana.

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A primeira opção é obviamente catastrófica para a Apple, mas mesmo a segunda já trará prejuízos para a empresa: o aplicativo tem uma base de mais de 1,5 milhão de usuários nos EUA — em sua maioria, imigrantes (ou descendentes de) chineses que utilizam a plataforma para se comunicar com suas famílias e amigos no outro lado do mundo. Sem o WeChat no país, portanto, muitos chineses pensariam duas vezes antes de escolher um iPhone como seu aparelho.

Vamos ver, portanto, como essa história há de se desenrolar.


Ícone do app WeChat
WeChat de WeChat
Compatível com iPadsCompatível com iPhonesCompatível com Apple Watches
Versão 8.0.48 (723.2 MB)
Requer o iOS 13.0 ou superior
GrátisBadge - Baixar na App Store Código QR Código QR

via 9to5Mac

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