A Huawei é daquelas que bate e depois vem com carinho: após incentivar uma tentativa de boicote à Apple na China, agora o CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo. da fabricante chinesa, Ren Zhengfei, contou que a gigante de Cupertino serve de inspiração para a empresa, principalmente quanto à segurança dos dados de seus clientes.
Zhengfei explicou, durante uma entrevista para a CNBC, que a Huawei nunca fornecerá dados dos seus usuários ao governo chinês, espelhando o compromisso da Maçã com a privacidade dessas informações. De acordo com o executivo, os dados pertencem aos próprios usuários, e não à Huawei.
Os dados são de propriedade dos nossos clientes, não nossa. […] Nós, como fornecedores de equipamentos, não rastreamos nenhum dado.
Ainda sobre nunca ter compartilhado informações de usuários, o executivo ventilou a possibilidade de que, se isso tivesse acontecido, provavelmente a Huawei não venderia mais nenhum produto em mais de 170 países — incluindo os Estados Unidos.
Nós nunca faremos uma coisa dessas [compartilhar dados de usuários]. Se nós tivéssemos feito isso alguma vez, os EUA teriam provas para espalhar pelo mundo. Então, os 170 países e regiões onde operamos atualmente deixariam de comprar nossos produtos, e nossa empresa entraria em colapso.
Não podemos deixar de notar que a fala acima também deixa uma pulga atrás da orelha: a que tipo de “provas” o governo dos EUA teria acesso, e por que isso significaria que a empresa não poderia mais vender em diversos países? Fica o questionamento.
As declarações de Zhengfei vêm à tona em um período conturbado para a Huawei, que enfrenta as consequências de uma breve proibição no território americano. Em maio passado, a Casa Branca definiu rigorosas sanções à chinesa e, embora a Huawei tenha recentemente retomado suas vendas nos EUA, ainda não se sabe se ela poderá continuar usando os serviços do Google (como o Android) nos seus dispositivos.
via 9to5Mac
Notas de rodapé
- 1Chief executive officer, ou diretor executivo.