O ano fiscal da Apple não poderia ter sido melhor: a empresa bateu seus próprios recordes e deixou suas concorrentes ainda mais para trás. De acordo com o AppleInsider, as vendas de 33,8 milhões de iPhones no quarto trimestre fiscal de 2013 ajudaram a Apple a superar toda a divisão móvel (notebooks, tablets e smartphones) da Samsung, além da divisão de smartphones de Nokia, LG, Motorola, Lenovo e Huawei!
Mas o que esperar para 2014?
Curiosamente, Carl Icahn, megainvestidor americano, nos deu algumas pistas. Ele propôs, por meio de uma carta a Tim Cook, uma recompra de ações no total de US$150 bilhões, valor bem diferente do proposto originalmente em contratos do começo do ano. Isto faz sentido se a empresa acredita que nos próximos meses as suas ações poderão valer ainda mais do que estão valendo hoje.
Para mostrar que não queria apenas beneficiar a si mesmo ao propor isso para a Apple — já que possui muitas ações —, Icahn garantiu que, se a empresa realizar a recompra, ele manterá todas as ações que tem em seu poder.
Icahn disse que a empresa pretende ter no próximo trimestre US$51 bilhões de EBITDA (lucro antes dos impostos, taxas, depreciações e amortizações). Com essa recompra proposta, analistas sugerem que a Apple poderia alcançar uma valorização de 33%, com suas ações passando a valer US$1.250 em até três anos após a recompra. Hoje, 1º de novembro, elas fecharam a semana valendo US$520.
Carl Icahn, megainvestidor da Apple.
Com relação ao montante divulgado no formulário 10-K enviado à SEC (US$11 bilhões em despesas de capital), eu acredito que o valor será destinado à construção de novas lojas, do novo campus, além — é claro — do desenvolvimento de novos produtos.
Alguns analistas chegaram a cogitar que, se a Apple não lançar novas linhas de produtos (“iWatch”, “iTV”, “iRing”?… :-P), ela poderá sofrer para manter os lucros dos últimos trimestres, visto que está cada vez mas difícil faturar com a venda de smartphones. A concorrência, por exemplo, está com problemas nessa área. A Samsung fatura mais com aparelhos básicos do que com sua linha premium (GALAXY S) e uma enorme parte da receita do Google é baseada em publicidade — ainda que a Motorola esteja começando a aparecer em seus resultados financeiros.
Stephen Elop (chefão da Nokia) e Steve Ballmer (chefão da Microsoft).
Um movimento que quero acompanhar de perto é o da Microsoft. A compra da divisão de aparelhos e serviços da Nokia é interessante no ponto de vista de produção, já que a empresa de Redmond poderá, pela primeira vez (no mercado de smartphones), trabalhar na otimização de softwares em seus próprios hardwares — algo que usuários da Apple já estão acostumados.
O “problema” disso tudo é que a Nokia estava passando por maus lençóis (financeiramente) e, agora, todos esses números ruins passarão a compor os relatórios da Microsoft. Como isso afetará a empresa cofundada por Bill Gates? Saberemos em breve.
Particularmente, acho que a Apple ficará bem tranquila no primeiro trimestre fiscal de 2014, pois é o período que compreende as festas de final de ano, ou seja, ainda garante uma boa parcela de receita. Se levarmos em consideração que novos iPhones chegaram há pouco tempo e novos iPads acabaram de ser lançados, temos aí uma fórmula vencedora.
Quem sabe a Apple não esteja preparando alguma novidade para o segundo trimestre fiscal de 2014 (janeiro, fevereiro e março do ano que vem), justamente para não deixar a peteca cair? Que venha 2014! 😛