Boas e más notícias para quem está ansioso pelo lançamento do “iWatch”, suposto relógio/pulseira inteligente da Apple. Nas últimas semanas falamos bastante dele aqui, como o seu foco em saúde, a possibilidade de trazer novas baterias, as contratações de cientistas e pessoas especializadas na área[1], entre outras coisas.
Médico com iPhone, via Shutterstock.
Brian Dolan, do mobihealhnews, trouxe novas informações: uma delas é que a equipe do suposto device teria nada mais nada menos do que 200 pessoas — o dobro do que a Bloomberg comentou há um ano. Outra afirma que o aparelho será mesmo uma espécie de acessório, sendo necessário ter um iPhone/iPod touch — ou quem sabe iPad — para tirar o máximo de proveito dele.
Rumores, em sua maioria, sempre vão bem mais longe do que a realidade — afinal, falar/sonhar é mais fácil do que fazer. Por isso é bom abaixar um pouco as expectativas: segundo Dolan, dificilmente veremos medidores de glicose/hidratação e tecnologias avançadas deste tipo no “iWatch”. Podemos esperar, porém, métricas mais “reais” como gasto calórico em vez de números fantasiosos (como os pontos da Nike+ FuelBand).
Talvez a notícia mais desanimadora seja a de que o suposto encontro da Apple com a Food and Drug Administration teria ocorrido justamente para rever o recente documento de orientação da FDA sobre apps médicos móveis, a fim de confirmar que os recursos do “Healthbook” não precisam mesmo da liberação do órgão. Ou seja, nada de recursos médicos elaborados.
O suposto app “Healthbook” e o conceito por trás dele (de nos ajudar a cuidar melhor da nossa saúde através de lembretes, cartões, etc.), aliás, foi “confirmado” por Dolan, ainda que ele possa ter outro nome quando o produto for oficialmente lançado.
Mulheres malhando, via Shutterstock.
No fim das contas, o grande diferencial desse novo produto da Apple não seriam suas novas tecnologias inovadoras, e sim a experiência do usuário como um todo — algo que a gente sabe que a empresa sabe colocar no papel como nenhuma outra. Isso inclui monitoramento de coisas comuns hoje em dia — e até mesmo possíveis com dispositivos já existentes — como exercício, dieta, sono, estresse e uma espécie de agenda/lembretes para medicamentos. Dolan especulou também que o “iWatch” poderá trazer algumas coisas relacionadas a saúde feminina, como por exemplo recursos específicos para gestantes.
As informações de Dolan são importantes para “prender nossos pés” um pouco mais no chão e não nos permitir sonhar muito alto com o “iWatch”. Pegando o histórico de lançamentos da Apple, vemos que é totalmente plausível um lançamento desses, “abaixo” da expectativa do público — alguém aqui lembra da apresentação do iPad, o “iPod touch gigante” que não daria certo?
Resumidamente, as primeiras versões de iPods, iPhones e iPads chegaram ao mercado praticamente cruas, com poucos recursos. Lindos, sim, mas “bastante “capados”. Com o tempo, porém, a coisa foi evoluindo e depois de duas/três gerações nós tínhamos em mãos produtos bem diferentes daqueles primeiros.
Agora pare e analise as diversas contratações que a Apple está fazendo — o 9to5Mac listou todas elas recentemente. Cientistas, especialistas em sensores, pessoas altamente capacitadas na área médica… isso tudo para “apenas” nos entregar métricas comuns de queima calórica?! Eu duvido. E duvido muito!
Agora, se isso tudo chegará de uma vez só num produto de primeira geração ou se será introduzido aos poucos, melhorando e implementando novas métricas, novos sensores e novos recursos de geração para geração, aí são outros quinhentos — analisando o histórico da Maçã, eu aposto na segunda opção.
- Além dos que já comentamos, a Apple contratou recentemente Roy Raymann (da Philips Research), um especialista em pesquisa do sono com vasta experiência em gadgets que podem ser usados, sensores e métodos não-farmacológicos de melhorar a qualidade do sono. ↩
[via AppleInsider]