Empreender não é simplesmente arriscar em um novo negócio; está relacionado a criatividade. E ser criativo não basta ter uma ideia ou fazer um curso rápido no Sebrae. A série de artigos “Appreendedor”, publicada no MacMagazine, é formatada para inspirar, criar novas tendências e gerar “insights” de oportunidades — associando o desenvolvimento e a apresentação de aplicativos mobile com técnicas relacionadas a marketing, psicologia, filosofia, entre outras áreas — e também casos de sucesso.
“Ahhh eu já não sei o que fazer, duro pé rapado com o salário atrasado… é tão gostoso quando eu ha ha ha ha ha lepo lepo”. Neste Carnaval quem não ouviu e ficou com esta música na cabeça, não é mesmo? Até para os que não gostam, é difícil esquecer esse ritmo. Mas o que podemos tirar de bom nisso?
O clipe começa com o novo sendo embalado no que conhecemos, ou seja, são apresentadas as palavras “lepo lepo” logo de cara para que fique claro ao espectador o que ele irá interpretar em seguida. Afinal, a palavra “lepo” não é comum para todos e não faz parte do dicionário — ainda. 😛 A forma de apresentação do termo foi muito bem colocada utilizando uma fonte simples e um meio conhecido que é o letreiro luminoso, objeto que faz parte do dia-a-dia das pessoas e tem a função de informar em destaque.
No começo, um clima de suspense para aprender a atenção do espectador; silhuetas e sombras; uma voz sussurrando “lepo lepo” e em seguida aquele maldito saxofone afinado ao ritmo do refrão servindo como uma deixa para que possamos criar um hábito e recordar facilmente a música.
Com uma letra simples e muito bem projetada, seguindo uma receita muito conhecida, passamos a nos identificar com o personagem — em alguns casos pelo motivo financeiro, outros pela malandragem, ou até mesmo pelo sentimento de pena da situação apresentada; em época de ostentação, o compositor decidiu inovar e dar ao espectador o que é próximo e familiar. Sensualidade sem vulgaridade e com inúmeros elementos que se encaixam perfeitamente ao contexto da letra que brinca de forma maliciosa e extrovertida com o proibido, atingindo as expectativas do público-alvo. Além da questão visual e sonora, a música explora a coreografia elevando as recompensas do hábito nos convidando a participar e permitindo mais iteração sobre o contexto.
São a partir dessas e outras estratégias que a música atinge seu objetivo principal, fixando facilmente o seu ritmo e, consequentemente, as palavras marcantes. Recordando o que falamos nesta série sobre hábitos — deixa, rotina e recompensa —, as palavras “lepo lepo” e o som do saxofone geram uma deixa que nos convida a seguirmos a rotina de iteração com a música, gerando o benefício de sermos partes do contexto. Para os que odeiam a música, o motivo é simples e identificável: você não compartilha do contexto e não se sente parte do grupo.
Uma coisa é fato e não podemos negar: o projeto da música foi um sucesso e atingiu o objetivo. E são exemplos de sucesso que temos que analisar e extrair o que há de melhor — não estou falando em usar os mesmos elementos que a música utilizou, e sim o porquê ela fez, como ela executou e o que ela atingiu. Gerar resultados semelhantes, algo que crie valor e também toque o usuário do seu projeto sentimentalmente.
Com qual app disponível na loja você se identifica? Por quê? O que você pode aprender com outras experiências — mesmo as que não sejam do mundo móvel mas que agreguem valor ao seu projeto? Faça diferente, não pense apenas em janelas com campos input e output. Seja “lepo lepo”!