Todos nós conhecemos a expressão “o futuro a Deus pertence”, mas cabe a nós decidirmos fazer parte dele ou não. E para fazer parte, muitas vezes precisamos abrir mão do que nos prende, da rotina, dos dogmas e de preconceito. Sair da zona de conforto e pensar fora da caixa.
Pensando fora da caixa, via Shutterstock.
Venho de uma família com uma situação financeira limitada. Na infância, fui criado no interior do estado de Goiás — local onde grande parte da minha família permanece até hoje. Até minha adolescência sempre fui um cara mediano — leia-se “medíocre” —, ou seja, nem bom nem ruim… na média! Lembro como se fosse hoje a primeira vez que saí da zona de conforto. Quando criança adorava receber dólar como presente em datas comemorativas, todos da família sabiam e me agradavam — o que me fazia extremamente feliz. Certo dia esbarrei em algo diferente e novo, poucos conheciam e a grande maioria não arriscava a usar aquele negócio estranho chamado computador. Muito curioso e inquieto, decidi trocar os meus amados dólares e comprar uma daquelas coisas diferentes.
Com o tempo percebi que ter um computador não lhe fazia bom naquilo e, para dominá-lo, você deveria ou investir em cursos — que eram raros e caros na época — ou fingir ler o manual e partir para o “fuça-fuça”. Entretanto, tudo na vida tem o seu custo; logo percebi que fuçando estaria sujeito a gerar problemas ou situações as quais ainda não dominava. O que fazer? Muitos deixariam de lado, pois havia riscos envolvidos no processo. Eu optei por continuar e danificá-lo quantas vezes fossem necessárias, mesmo sabendo que não teria dinheiro para consertá-lo. A estratégia era simples: estragou? Tenta consertar sozinho. Não deu certo? Leva para quem sabe e fica do lado aprendendo.
Logo surgiu uma coisa interessante chamada BBS — a primeira implementação de troca de dados remotos que conhecemos hoje como internet. Conectar naquilo era caro, afinal, tínhamos que usar a linha telefônica e seus malditos pulsos. Mais um sinal de que era hora de parar, pois minha família não tinha dinheiro para esse gasto adicional. Mas não, como os Steves Jobs e Wozniak, no início dei o meu jeitinho de fazer parte — mesmo que utilizando artifícios “ilegais” perante o sistema. Foi nessa época em que conheci um mundo que me ensinou a questionar e sempre querer aprender mais, o que me tirou do estado “mediocris”.
Anos se passaram e, de lá para cá, por decisão própria saí diversas vezes da minha zona de conforto. Cada vez que isso acontece, no início penso “Agora me lasquei de verdade!”. Mas não, como em um passe de mágica as coisas se conectam e você percebe que todas as dificuldades e barreiras que encontrou foram importantes para que subisse mais um degrau. Acreditar no futuro, fazer o sonho real. Aprender com o que já passou e ter prazer em viver. Seja diferente, seja você como for. Como diria Bertrand Russell: “Comece com algo tão simples que dê a impressão de não valer a pena ser anunciado, e termine com algo tão paradoxal em que ninguém irá acreditar.”
No último final de semana, assisti a uma palestra do TED proferida por Neil Harbisson que para mim não foi uma das melhores, nem o tema me chamava a atenção, mas por curiosidade fui vendo até ouvir algo que pode ser o seu pontapé para o futuro:
Todos nós deveríamos pensar que o conhecimento vem dos nossos sentidos, assim, se os ampliarmos nós vamos, consequentemente, ampliar o nosso conhecimento. Eu acho que a vida vai ser muito mais emocionante quando pararmos de criar aplicativos para telefones celulares e começarmos a criar aplicativos para o nosso próprio corpo.
Segundo uma pesquisa feita pela Standard & Poors, 75% das 500 maiores empresas que serão líderes de mercado em 2020 ainda não existem! Mas qual é a melhor hora de começar ou recomeçar? A hora é agora! Aproveite a oportunidade de estar vivo, esta é a condição básica para o pontapé inicial — não importa a sua idade, não importa a sua condição social. Que tal fazer parte do futuro? Hoje faço parte do presente, porque decidi fazer parte do futuro no passado. Convido a você a ser inovador e pensar fora da caixa.
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Caros amigos Appreendedores: de 8 a 22 de abril estarei em Dubai e na China, visitarei várias empresas e desenvolvedores, além de participar da feira de tecnologia que acontecerá por lá (a Hong Kong Electronics Fair). O intuito da visita é documentar cases de sucesso que serão divulgados em meu livro. Farei uma análise completa de como a simplicidade e a inovação fizeram ideias se tornarem sucesso. Quem for participar da feira ou estiver no local e desejar expor algum relato, terei o maior prazer em atendê-lo pessoalmente. Mande uma prévia da sua ideia e sugestão de horário para reunião até 28 de março. Todo contato e agendamento serão feitos através da Juliana, no email juliana@simplyas.com.