Desde que o homem se entende por gente, se relacionar é um ato primitivo que está associado a convivência e sobrevivência do grupo. Com o passar do tempo, esses grupos foram evoluindo e formando sociedades cada vez mais avançadas e interconectadas, resultando no que conhecemos hoje como Evolucionismo Social. O ato de construir relações entre pessoas não mudou muito, mas a forma com que essas relações são construídas e mantidas mudam de acordo com a cultura e a região.
Pessoas conversando, tomando um café, via Shutterstock.
Nenhum soldado faz uma guerra sozinho, por isso se faça presente e conectado em comunidades que tenham o mesmo perfil que o seu — absorva, crie e troque experiências. Seguindo esta linha de raciocínio, hoje tenho uma rede de relacionamento crescente, saudável e ativa, pronta para unir forças em qualquer novo projeto. É claro que não basta se conectar, você precisa construir a sua rede de relacionamentos sempre zelando pela credibilidade e pelo profissionalismo.
Segundo Steve Jobs, no futuro você irá olhar para trás e perceber que os pontos de alguma forma se ligaram. Desta forma, aproveite toda a sua energia para encontrar esses pontos, pois você precisará deles na velhice. Faça, arrisque-se, pois o “não” já temos — vamos correr atrás do “sim”!
No dia 30 de abril deste ano, publiquei um artigo na série “Appreendedor” intitulado “processo de filiação”. No rodapé do artigo, fiz um convite para que leitores me contatassem com o intuito de trocarmos experiências sobre o Vale do Silício. Na oportunidade, recebi alguns emails que prontamente procurei responder a todos marcando um café para um bate-papo em San Francisco. A história a seguir foi contada por um desses leitores que me contatou e que decidiu correr atrás do “sim”.
por Artur Sousa (co-autor convidado)
Cá estava eu em San Francisco, nos Estados Unidos. Como estudante de empreendedorismo, eu sempre leio a série “Appreendedor” aqui no MacMagazine. Achei que seria muito interessante me conectar com o autor, o Renato, para conhecer mais do trabalho dele e compartilhar um pouco do que vinha conhecendo com a minha experiência nos EUA.
Cabe, portanto, explicar um pouco do conceito de “conectar” e “networking” por aqui. Minha experiência (anterior aos EUA) era de, por exemplo, estar em um evento, conhecer pessoas e compartilhar experiências. Na maioria das vezes isso significava nunca manter contato. Se tratava apenas do ato de conhecer e, caso precisasse, você contata — ou seja, você deixava o contato ali, de standby.
Aqui no Vale do Silício as coisas funcionam de forma diferente. Primeiro porque você conhece e conversa com pessoas o tempo inteiro. Seja na fila do ônibus ou esperando seu café, você precisa estar sempre pronto para conhecer alguém que pode mudar o seu rumo. Segundo pois, por aqui, se diz que você não trabalha para empresa “A” ou “B”. Você trabalha para o Vale e cidades no entorno (Bay Area). Como tal, seu trabalho é contribuir para a região. Você não se conecta com pessoas para pedir favores, mas para agregar valor a esse ecossistema.
Com o Renato não foi diferente. Em uma noite, quando eu ainda estava na universidade, ele me ligou para combinarmos o café — que havíamos acertado de fazer anteriormente — e, no desenvolvimento de nossa conversa sobre empreendedorismo, percebemos que podíamos trabalhar em algo muito interessante. Naquela fatídica noite, após ouvir atentamente o projeto do Renato, nós nos tornamos parceiros no desenvolvimento do Appreendedor. Um contato para um café se tornou um dos projetos mais interessantes que conheço para contribuir com empreendedores brasileiros, ou seja, vocês leitores do MacMagazine e muitos outros brasileiros.
Por aqui nós praticamos, em 30 segundos, como definir a nós mesmos de forma que uma rápida conversa com alguém possa gerar empatia e possíveis conexões. É importante dizer que, entre os contatos que fiz, muitos resultados surgiram — como um trabalho em desenvolvimento de negócios com uma startup social aqui em San Francisco, ou conectar amigos com empresas para desenvolvimento de trabalhos. A mais recente foi, por indicação de um contato, a minha participação em uma competição para seleção de profissionais para o Startup Manager Program (Programa de Gestão de Startups). Quatrocentas pessoas de todo o mundo participaram e apenas oito foram selecionadas. Estou escrevendo esse artigo de dentro do avião, a caminho de Estocolmo, por ter sido um desses. 🙂
Você pode gerar muitas oportunidades para conhecer pessoas. Você pode definir o caminho que você seguirá na sua carreira como empreendedor, tendo muitas formas de impulsionar seus projetos. Se você concorda com estas últimas afirmações, tenho uma forte sensação de que será transformador participar do Apprendedor. Assim como a minha vida foi transformada (de uma infância simples para atuar com empreendedorismo ao redor do mundo), a sua também pode ser.