Quando a fabricante sul-coreana Samsung lançou o seu primeiro smartphone Galaxy S, em 2010, as dimensões do dispositivo na época já chamavam a atenção da mídia especializada, afinal, muitos duvidavam que um aparelho com uma tela maior que a do iPhone pudesse obter sucesso.
Porém, passado algum tempo e com o advento de gerações seguintes da série Galaxy (ainda maiores), a Apple finalmente cedeu e em 2012 lançou o iPhone 5 com uma tela maior, quebrando assim uma regra de Steve Jobs de que 3,5 polegadas era o tamanho ideal de tela para um smartphone, visto que é possível utilizá-lo com apenas uma mão. Por muito tempo a Apple deu a entender que, se as pessoas quisessem um dispositivo com tela maior, o ideal seria comprar um iPad.
Por um lado podemos entender essas mudanças como meras adaptações para o cenário atual ou evoluções naturais dessas ainda novas linhas de produtos da Apple. Por outro, é natural que a Maçã esteja de olho na concorrência e faça possíveis modificações (tanto no design quanto no cronograma de lançamento) em produtos visando a manter sua posição no mercado.
Analisando os passos recentes da Apple, portanto, não dá para dizer que ela *nunca* lançará um iPhone ainda maior que o de sexta geração.
Pois é nisso que o desenvolvedor do famoso app Instapaper aposta, agora. Em seu blog pessoal, Marco Arment falou sobre a possibilidade de a Apple vir lançar um “iPhone Math” “iPhone Plus”(?!), com uma tela de 4,94 polegadas e a mesma proporção de 16:9 (widescreen) do iPhone 5. Com um grande detalhe: a resolução em si permaneceria a mesma de hoje, 640×1136 pixels.
O argumento de manter a mesma resolução é óbvio: não dar um novo trabalho de adaptação para desenvolvedores. A chegada do iPhone 5 marcou mais uma dessas migrações (a primeira havia sido com o iPhone 4, o primeiro com tela Retina), a qual, mesmo não sendo muito complicada, ainda está ocorrendo meses depois do lançamento do aparelho.
O problema é: qual a vantagem de aumentar tanto a tela do aparelho e manter a exata mesma resolução? Na prática o que aconteceria é que tudo na tela ficaria maior, como se tivéssemos “dado um zoom” nela. Digitar com duas mãos certamente se tornaria mais confortável e isso reduziria a possibilidade de tocarmos em botões errados, mas ao mesmo tempo perde-se na densidade de pixels — de 326ppp para 264ppp (passaria a ser a mesma do iPad de 9,7 polegadas).
Vale notar que esse iPhone maior *não* viria para substituir o atual, e sim complementar a linha de iDevices. Quem quiser um aparelho mais compacto e que possa ser usado com apenas uma mão terá a versão de 4 polegadas ainda à sua disposição.
A coisa ficaria da seguinte forma, portanto:
Ao contrário do que vimos com o aumento vertical da tela do iPhone 4S para o 5, eu não enxergo nisso grandes benefícios para o usuário além de simplesmente atender ao desejo de muitos de ter um smartphone com tela grande. E esse é justamente um dos argumentos que Arment usa para justificar o possível lançamento do aparelho.
Não creio que isso chegaria a descaracterizar a firma de Cupertino, afinal, ela tem todo o interesse de vender o máximo possível de aparelhos e continuar tendo lucro no segmento. Hoje em dia o que manda é a lei do mercado, e se há mesmo uma grande parcela de consumidores interessados em smartphones com telas de 4,5-5 polegadas, vale a pena para a Apple ficar se prendendo a convicções antigas?
Veja a seguir como ficaria o “iPhone Plus” ao lado do iPhone 5, do Galaxy S III e do Galaxy Note II:
Cabe à firma de Cupertino agora tentar inovar novamente, tirar as cartas da manga. Faz parte atender às expectativas de consumidores, mas inovar às vezes significa vir com algo que ninguém espera — e, portanto, (ainda) não deseja.
Quantos aí optariam por esse iPhone maior?