Ser criativo constantemente não é uma tarefa fácil.
Cientistas ainda não descobriram uma fórmula para ativar o estado da criatividade, o máximo que conseguimos chegar foram em técnicas relacionadas a ambiente, música e cores, proporcionando melhores resultados a partir da concentração e do foco no trabalho. Culturas anteriores acreditavam em espíritos responsáveis pelo processo criativo — para os romanos, esses seres eram chamados de gênios —, entidades mágicas e divinas que viviam nas paredes dos estúdios ajudando o artista em seu trabalho, de forma invisível, cuidando de tudo até o final.
Conceito de ideia, via Shutterstock.
Somos constantemente desafiados a criar o próximo grande projeto bilionário, impactar milhões de pessoas ao redor do mundo seguindo práticas “enxutas” ditadas pelo mercado, da idealização à monetização e à retenção, no menor tempo possível. O fato é que estamos vivendo a era da supercriatividade, já não resolvemos apenas problemas locais, não competimos apenas com pessoas da nossa comunidade ou cidade — agora o nosso desafio é global independentemente da idade, da experiência ou do recurso.
Com o surgimento das lojas de aplicativos, ganhamos a possibilidade de apresentarmos e vendermos o nosso produto para o mundo, mas com isso o nível de concorrência e exigência dos consumidores aumentaram significativamente. Não que isso seja ruim, o fato é que nem só de uma boa ideia um app consegue sobreviver e se destacar perante o mercado. Nossos desenvolvedores cada vez mais precisam estar equipados com recursos e equipes que os apoiarão em todo o processo de criação, publicação e divulgação do produto — além de ser criativo em todas as etapas do processo. Para os empreendedores brasileiros, em especial, o problema se agrava ainda mais, pois culturalmente não aceitamos o fracasso, projetos que não atingem o sucesso não são encarados com bons olhos, diferentemente de outros países que tendem mais a ver como uma oportunidade de aprendizado e experiência do que uma incapacidade da equipe envolvida.
Mas em um cenário no qual somos cobrados constantemente pelas melhores ideias e soluções, o que fazer para ser criativo?
Primeiramente, precisamos deixar claro que criatividade não é um dom dado por algo divino — todos nascem com os mesmos equipamentos, a diferença é que alguns praticam mais determinadas áreas despertando constantemente o lado criativo. Outra questão que precisamos ter plena consciência: criatividade não está relacionada com recursos e ambiente, estes afetam apenas o grau tecnológico que será utilizado no projeto. Um catingueiro nordestino sem estudos pode ser criativo o suficiente para escrever um poema tão bom quanto um mestre em línguas graduado nas melhores universidades do mundo, a diferença será apenas o grau de conhecimento sobre um todo aplicado na obra.
- Para ser criativo lute contra seus fantasmas internos, elimine qualquer pensamento que o apoie em uma zona de conforto fazendo-o acreditar que não consegue ser criativo nos seus projetos.
- Organize seus planos e atitudes, crie metas para atingir os seus objetivos — isso pode gerar uma sensação de organização, dando espaço para o surgimento de novas e boas ideias. Mas ao criar essas metas, esteja preparado psicologicamente para ajustes, mudanças ou fracassos, encare tudo como uma experiência adquirida para os próximos desafios.
- Seja persistente e perfeccionista, continue em frente sempre avaliando o que e como poderia ser melhor.
- Pratique esportes ou outras atividades não relacionadas com o seu trabalho, algo que não exija um grande empenho mental. Ao executar tarefas diferentes, volte a pensar no seu projeto, desta forma alcançará novas visões sem muito esforço.
- Durma. Isso mesmo, se nada estiver dando certo, se estiver chateado com algo ou problemas atormentando os seus pensamentos, tire um cochilo e volte com força total.
- Não faça nada forçado ou por obrigação, executar as tarefas de forma independente e por prazer torna o processo muito mais criativo.
- Anote tudo que achar relevante, em um momento oportuno você poderá trabalhar melhor a ideia e fazer algo legal.
- E por último, inspire-se em grandes trabalhos e personalidades.
No último domingo relembramos três anos de falecimento de Steve Jobs, para alguns uma pessoa polêmica, para outros um revolucionário. Para mim, um cara visionário com desejos como qualquer outro usuário, uma enorme capacidade de atrair pessoas certas de forma estratégica para trabalharem nos seus sonhos, além de perfeccionista e persistente. O que difere você desse cara que mudou a forma com que encaramos a tecnologia atualmente?
A sua história de vida é construída por tudo o que você inspira e expira. Lembre-se disso! Me siga no Twitter para mais dicas e pensamentos. 🙂