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Opinião: a Mozilla e sua “longa dúvida” sobre o Firefox para iOS

Ícone - Firefox 23

Ícone - Firefox 23Há quase uma semana, surgiu a notícia de que o corpo executivo da Mozilla estaria começando a considerar uma versão do Firefox para iOS. “Precisamos estar onde nossos usuários estão”, disse Jonathan Nightingale, vice-presidente da empresa, segundo participantes de um evento corporativo privado.

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Tal declaração é muito boa para os usuários do navegador, que mantém qualidade acima de grande parte da concorrência por mais de uma década e de fato merece a lealdade dos seus clientes. Mas essas palavras poderiam ser ainda mais valiosas para nós, não fosse por um pequeno, porém significativo detalhe: a demora da Mozilla pelo momento de finalmente considerar o iOS.

Novamente, volto a dizer que o Firefox é um excelente navegador. Sempre teve qualidade e usuários fieis por anos — antes de a Microsoft tomar uma iniciativa mais aberta e progressistas com padrões web no Internet Explorer (que dirá vir o Google Chrome), a escolha do consumidor em browsers para PCs sempre foi o produto da Mozilla. Mas os seus mesmos usuários vêm gradativamente pedindo a presença da empresa no iOS há anos. E até hoje, o máximo que eles receberam de agrado foi um mero cliente (hoje descontinuado) para a sua solução de sincronização de dados — favoritos, histórico… Enfim, tudo que a Apple e o Google oferecem para usuários do Safari e do Chrome em qualquer lugar.

Firefox Home no iPhone

Uma versão rudimentar do Firefox Home, hoje descontinuado.
Será que usuários do Firefox no desktop não mereciam mais ao comprar um iPhone?

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Ora, quando CEO da Mozilla, até John Lilly foi questionado sobre isso — em 2009! E desde aquela época, nós vemos pequenos conceitos oriundos de pequenos desenvolvedores interessados em expandir a experiência web do iOS. A resistência da Mozilla se deu pelo fato de que ela não queria seguir o caminho deles e fundamentar a sua estratégia usando o engine do próprio iOS, visto que aplicativos da App Store não podem usar interpretadores proprietários para conteúdo web.

Por outro lado, o Google tomou a iniciativa e fez do Chrome uma excelente alternativa ao Safari — especialmente para quem compartilha seu trabalho com clientes Windows durante o dia. Depois de dois anos na App Store, o Chrome conseguiu boa parte da sua base de usuários através de iPhones e iPads. Somado com o domínio do Safari no mundo Apple, deixa pouco espaço para pessoas que considerariam uma terceira opção.

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Tudo isso não serve para concluirmos que a Mozilla tenha perdido o ponto com relação a mobile — afinal de contas, sua versão para Android possui um número considerável de usuários. Mas as coisas poderiam estar melhores e, neste momento, mais de seis anos após o lançamento do primeiro SDK da Apple, ver executivos da empresa chegando à conclusão de que precisam estar no iOS é preocupante. John Gruber não poderia ter definido de forma melhor o significado dessa posição, em seu texto a respeito do tema:

Sou completamente a favor de idealismo. Mas a Mozilla tem sido idealista a falhar.

Entendo que estamos falando de uma organização fundada sobre uma forte ideologia open source. Mas hoje ela se vê forçada à rendição frente a um número de posicionamentos que se mostraram equívocos por conta disso. Primeiro, com vídeo em HTML5. Depois, com monetização sobre buscas. E, agora, com o Firefox para iOS.

Nem tudo está perdido para a Mozilla — se estar em terceiro deu um lugar ao Sol (mesmo que pouco expressivo) para a Microsoft no mundo mobile, a corrida está aberta para que o Firefox dispute com o Chrome os atuais usuários do Safari, bem como clientes entre si. Por outro lado, vivemos em tempos nos quais decidir estar onde seus clientes estão não é uma revolução, mas sim uma necessidade — cujo tempo de resposta precisa ser expresso em unidades de menor escala do que em anos.

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